Encerrou sábado (14) a primeira edição do Fórum Gramado de Estudos Turísticos, que havia iniciado na quinta-feira (12) com o Encontro de Municípios Históricos e com o a apresentação de trabalhos acadêmicos coordenados pela Universidade de Caxias do Sul. Durante o Fórum foram realizados mais de dez painéis que debateram questões como a liberação dos jogos no Brasil, a construção da marca de um destino e a relação pública privada em grandes eventos, entre outros temas.
Na avaliação da comissão organizadora, o Fórum Gramado de Estudos Turísticos superou as expectativas. "Quando começamos a estruturar o evento, pensávamos em ter 300 participantes, mas tivemos a participação de 550 profissionais", destaca o jornalista Miron Neto. Ele ressalta, também, a atualidade dos temas discutidos. "Em todos os painéis, de uma forma ou de outra, se debateu o turismo sustentável, que é o eixo principal do Fórum", destaca. Miron acrescenta, também, a preocupação de alguns palestrantes com a reação de cidades como Barcelona e Amsterdam contra o grande número de visitantes, fato que acende a luz amarela em alguns destinos brasileiros.
Luia Barbacovi, outro integrante da comissão organizadora, destacou que o Fórum, além do sucesso de público e da qualidade dos palestrantes, "mostrou que a discussão com conteúdo pode mudar para melhor a nossa atividade turística. Se pudesse resumir as palestras diria que o sucesso de uma cidade turística está em quem consegue ter uma população satisfeita e o visitante encantado com a cultura, a natureza e a originalidade de suas coisas", ressaltou Barbacovi.
"Foi um fórum internacional de debates e de reflexão que entra definitivamente para o calendário do trade nacional", resumiu o presidente do SindTur, Fernando Boscardin. Para ele, quem assistiu às palestras pôde aprender com alguns dos principais talentos do turismo nacional e internacional. "Destino composto por empresários e agentes públicos que pensam que sabem tudo ou se omitem, está fadado a desaparecer", finalizou Boscardin.
Em meio aos painéis, palestra e cases sobre destinos turísticos variados, o Fórum Gramado recepcionou profissionais de 20 Estados brasileiros na Sociedade Recreio Gramadense e na Câmara de Vereadores. O evento, inclusive, anunciou a data de sua próxima edição: de 9 a 11 de maio de 2019. O debate é longo e há muitos assuntos que merecem e devem ser aprofundados. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o Brasil ocupa apenas a 41ª posição entre os países mais visitados do mundo com seis milhões de turistas, tendo países como a Tunísia, Vietnã e Marrocos a sua frente. A França lidera o ranking, com 83 milhões de visitantes.
Não por acaso, diversos palestrante lançaram alertas para Gramado. Luiz Grottera, por exemplo, lembrou que "Gramado está no topo da montanha há cinco anos. Precisa cuidar para não despencar morro abaixo, como aconteceu com Campos do Jordão". Já o urbanista argentino Rubén Pesci ressaltou que "se Gramado tiver uma postura arrogante, dentro de 10 anos estará perdida". A representante de Mônaco no Brasil, Gisele Abrahão deu um recado sutil na sua palestra "Como manter um destino famoso constantemente atrativo”: é preciso escolher entre quantidade e qualidade. E na abertura, a palestra magna de Luiz da Gama Mór destacou que "o turismo deve estar a serviço de um projeto de cidade", exemplificando através de cases europeus de sucesso que tiraram os carros de ruas e alargaram calçadas de forma a integrar a população local e visitantes.
Cabe destacar ainda que o Fórum Gramado de Estudos Turísticos proporcionou um amplo debate sobre o turismo sustentável com palestras variadas que expandiram os horizontes do tema. Nuno Sousa Pinto, Diretor de Desenvolvimento de Negócios do Rock in Rio Lisboa, Madrid, Las Vegas e Rio de Janeiro definiu o seu evento como um "projeto de comunicação que encontrou na música uma forma das marcas chegarem até seus públicos". O Rock in Rio na Argentina em 2020 foi apresentado como exemplo de como o evento é preparado com antecedência, mesmo não estando ‘oficialmente’ confirmado. Já o presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, Magnho Santos de Souza, salientou que desde 1946, o Brasil nunca esteve tão perto de liberar os cassinos, pois o projeto está avançando na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o Brasil tem potencial para movimentar até R$ 66 bilhões e arrecadar cerca de R$ 30 bilhões em impostos ao ano, além da a geração de quase 700 mil empregos que os jogos podem gerar em diferentes segmentos. Magnho ressalta que “o estado não ganha com a proibição. O país movimenta quase R$ 20 bilhões em jogos ilegais ao ano sem atrapalhar em nada o funcionamento do estado e da sociedade”. E o Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, apresentou a capital paranaense como exemplo de cidade inteligente e inovadora , conquistando a plateia presente com seu bom humor e, principalmente, mostrando o que está sendo realizado na sua gestão do município.
Direcionado aos players do turismo nacional, aos dirigentes de destinos turísticos, aos legisladores e estudantes de turismo, o evento contou com o suporte acadêmico da Universidade de Caxias do Sul (UCS), por meio do Programa de Mestrado e Doutorado em Turismo e Hospitalidade. Um dos destaques na programação, o Colóquio “Turismo: Cenários, Ciência e Desenvolvimento Turístico” teve a apresentação de 49 trabalhos, ratificando sua importância como indicador do entendimento do Fórum, de colocar em foco o turismo como ciência a serviço do desenvolvimento sustentável do país.
Cabe destacar ainda que o Fórum Gramado de Estudos Turísticos foi uma realização do SindTur Serra Gaúcha e contou com o apoio da Prefeitura de Gramado e da Câmara de Vereadores de Gramado.
Mais informações: www.forumgramado.com.br
Divulgação: Insider2
Fotos: Miro Neto e Adriano Frauches