Orquestra da Ulbra e Cia Ópera Brasil estreiam ópera inédita baseada na história da prisioneira do Alto da Bronze

  • Cultura
  • 29/10/2025 - 12:06
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Ambientada na Porto Alegre dos anos 1950, ópera relembra a história de Nilza Linck, enclausurada no castelo icônico da cidade, na esquina das ruas Vasco Alvez e Fernando Machado, no Centro Histórico. Serão duas apresentações, nos dias 25 e 26/11, na Associação Leopoldina Juvenil. Ingressos disponíveis pelo Sympla



Foto Pedro Matz


Opera Prisioneira do Alto da Bronze

A Cia Ópera Brasil e a Orquestra de Câmara da Ulbra apresentam a estreia mundial da ópera inédita A Prisioneira do Alto da Bronze, baseada na história real de Nilza Linck (1923–2021). A obra, cantada em português, tem libreto de Pedro Longes e música de Jean Lopes Baiano. A montagem reúne solistas, coro e a Orquestra de Câmara da Ulbra, sob regência de Tiago Flores e direção cênica de Henrique Cambraia. As apresentações serão nos dias 25 e 26 de novembro de 2025, às 20h, na Associação Leopoldina Juvenil (Marquês do Herval, 280), em Porto Alegre.



Ambientada na Porto Alegre dos anos 1950, a ópera em dois atos narra a história de Elsa Laufer (interpretada por Yasmini Vargaz), mulher livre e sonhadora, que vive reclusa após envolver-se com José Alfredo (Daniel Germano), político influente e casado, que a seduz com promessas de amor e casamento jamais cumpridas. A esposa dele, Rosa Cardoso (Deizi Nascimento), enfrenta o escândalo e a humilhação pública, enquanto Elsa se vê aprisionada entre o desejo, a esperança e a solidão. É o retrato musical de uma mulher que transforma a dor em voz e a desilusão em libertação.



“A estreia de uma ópera é um marco significativo. Antigamente, quando uma nova ópera era anunciada, gerava grande expectativa e mobilização na sociedade. Era um evento que reunia artistas, intelectuais e o público em torno de uma obra que refletia os sentimentos e as questões do seu tempo. Hoje, ao apresentar A Prisioneira do do Alto da Bronze, estamos não apenas dando voz a uma história que faz parte da memória e do imaginário de Porto Alegre, mas também resgatando essa tradição de celebração e reflexão coletiva através da música.”, comenta o maestro Tiago Flores.



O Castelinho do Alto da Bronze
O Castelinho do Alto da Bronze foi construído na década de 1940, em estilo eclético, com inspiração medieval. O prédio, localizado na rua Fernando Machado, é uma das edificações mais emblemáticas da área central de Porto Alegre e está ligado à história de Nilza Linck.



A história de Nilza Linck, a prisioneira do Castelinho
A história da prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze gira em torno de Nilza Linck, que, ainda jovem, aos 18 anos, conheceu Carlos Eurico Gomes, político da época. Carlos construiu um castelo em Porto Alegre (na esquina das ruas Vasco Alves e Fernando Machado) e manteve Nilza sob rígida vigilância durante quatro anos, impedindo-a de se aproximar das janelas e controlando seus movimentos com ciúmes, mesmo sendo casado. Nilza vivia cercada de luxo, mas era constantemente ameaçada por Carlos. Por isso, Nilza acabou conhecida como “Rapunzel” na lenda urbana formada em torno de sua história.



Em 1952, Nilza deixou Carlos Eurico. O prédio foi vendido posteriormente e transformado em boate, entre outras funções. A história de Nilza e seu relacionamento com Carlos foram registrados no livro A Prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze (1993), do jornalista Juremir Machado da Silva, baseado em depoimentos da própria Nilza. Ela se casou novamente, adotou uma filha e, até os últimos anos de sua vida, visitava o castelo.



A PRISIONEIRA DO ALTO DA BRONZE

Ópera em dois atos com libreto de Pedro Longes e música de Jean Lopes Baiano

Direção Artística: Yasmini Vargaz | Regência: Tiago Flores

Direção cênica: Henrique Cambraia | Figurino: Daniel Lion

Elenco: Yasmini Vargas (soprano), Daniel Germano (Baixo-barítono), Deizi Nascimento (soprano)



Dias: 25 e 26 de novembro de 2025

Horário: 20h

Local: Associação Leopoldina Juvenil – Rua Marquês do Herval, 280, Porto Alegre

Ingressos: Sympla

R$ 100,00 (inteira) | R$ 55,00 (solidário + 1 kg de alimento) | R$ 50,00 (meia-entrada)







Cia Ópera Brasil é uma companhia dedicada à criação, produção e difusão da ópera no Brasil. Atua tanto na montagem de óperas do repertório tradicional quanto na criação de novas produções contemporâneas, em diálogo com diferentes linguagens artísticas. Também desenvolve projetos de formação e aperfeiçoamento de cantores líricos, aproximando o público da ópera e promovendo o acesso, a diversidade e a inovação na cena lírica nacional através dos mecanismos de Lei de Incentivo à Cultura.


Pedro Longes é cantor, compositor e produtor musical gaúcho cuja obra transita entre a música popular brasileira, sonoridades latino-americanas e experimentações estéticas. Após residir quatro anos em Santiago do Chile, aprofundando seus estudos em composição, arranjo e canto popular, retornou ao Brasil para desenvolver o projeto Sinestesias, reunindo canções autorais e releituras intimistas. Com discos como Conexión (2015), Longes Canta Spinetta (2018) e Canções de Amor e Solidão (2021), Longes constrói pontes entre linguagens musicais e culturais, valorizando melodia, arranjo orgânico e narrativa pessoal ou social.

Jean Lopes Baiano é violonista, compositor e professor de música natural de Porto Seguro, Bahia. Bacharel em violão e Mestre em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jean é reconhecido por sua atuação em repertório solo e de câmara, além de integrar a orquestra Lux Sonora. Suas composições foram executadas e elogiadas por músicos em diversos países, incluindo Brasil, Austrália, Uruguai e Estados Unidos. Foi premiado em concursos nacionais e internacionais, destacando-se o primeiro lugar no II Concurso Nacional de Violão Villa-Lobos da AV-Rio e no Concurso Jovens Solistas Aldo Parisot. Atua como compositor e é doutorando em Música na UFRGS.


Yasmini Vargaz é cantora lírica e doutora em Ópera pela UNIRIO. Especialista na construção de personagens operísticos e em narrativa musical, é vencedora do IX Concurso para Jovens Cantores Líricos de São Paulo, do Prêmio Trajetórias Culturais da SEDAC/RS e agraciada com a Comenda Carlos Gomes, sendo na ocasião a mais jovem comendadora a deter a honraria no Brasil. Atuou como professora de canto na UFRJ e atualmente se dedica a ópera. Indicada ao Prêmio Açorianos de Música como Melhor Intérprete Erudita pelo disco Vientos del Sur, tem uma carreira marcada pela versatilidade e pela forte presença cênica, interpretando papéis de destaque em obras de Verdi, Mozart, Puccini e Monteverdi, entre outros, em colaboração com importantes orquestras brasileiras. Recentemente, realizou a estreia no Brasil de uma cantata de Nicolas Clérambault em parceria com o Centro de Música Barroca de Versalhes, o mais importante pólo de música barroca do mundo.


HENRIQUE CAMBRAIA

Dramaturgo, romancista e diretor. Aos 25 anos, é autor dos livros “...e a Tia na Lareira” e “Frutas nas Moscas” (Editora Cinco Gatas), dirigiu as óperas “A hand of bridge”, de Samuel Barber; “Le 66”, de Offenbach e “L’elisir d’amore”, de Donizetti. Adaptou para o português obras do alemão, francês, inglês, italiano e holandês, como as óperas “Die Lustige Witwe”, “Hansel und Gretel”, “La serva padrona”, e literatura de Baudelaire, Lord Tennyson e mais 6 autores. Foi ator convidado na óperas “Die Fledermaus”, de Strauss, “Os Bacharéis”, de Simões Lopes Neto e “A Viúva Alegre”, de Lèhar. Criador da cidade fictícia de Cipreste Dourado, com mais de 600 habitantes distribuídos em sua literatura.


LETÍCIA KRENZINGER

Bailarina clássica com 30 anos de experiência, dançou na Alemanha e nos Estados Unidos. Fisioterapeuta especializada no Estudo do Movimento Humano pela UFRGS. Foi solista em montagens como “Giselle”, “Lago dos Cisnes”, “Dom Quixote”, “La bayadère”, “O Quebra-Nozes”, “Le Corsaire”, “Príncipe Igor” e “Les Sylphides”. Como produtora executiva, produziu os espetáculos “...e a tia na lareira” e “Frutas nas Moscas”, ambos de Henrique Cambraia, e foi sua assistente de direção na ópera “L’elisir d’amore” (CORS). Estudou com os professores internacionais Boris Storojkov (Rússia), Leonid Sychev (Rússia) e Willy Burmann (EUA), Raul Candal (Argentina), Olaf Baum-Hofer (Alemanha) e Michel Gascard (Suíça) e nacionais Carlla Bublitz, Jair Moraes e Marco Sanches e Ana Botafogo.


Ficha técnica

Direção artística: Yasmini Vargaz

Libreto: Pedro Longes

Música: Jean Lopes Baiano

Regência: Tiago Flores |

Direção cênica: Henrique Cambraia

Assistente de direção: Latícia Krenzinger

Figurino: Daniel Lion

Iluminação: Veridiana

Cenografia: Eduardo Menna e Vitor Ferreira

Acessórios: Letícia Kleemann.



Elenco

Elsa Laufer: Yasmini Vargaz (soprano)

José Alfredo: Daniel Germano (barítono)

Rosa Cardoso: Deizi Nascimento (soprano)

Lucila, a governanta - Ana Carla de Carli (mezzo)

Gabriela, a camareira - Priscilla Ramos (soprano)

Coro:

Sopranos

Ana Carla de Carli (mezzo)

Deizi Nascimento (soprano)

Priscilla Ramos (soprano)

Mezzo

Raissa Rochadel

Contratenor

Rodrigo Bloch

Tenor

Daniel Schilling

João Benetti

Oritz Campos

Atores:

Eduardo Schenini

Gabriele Rigon

Jorge Luiz Rocha

Júlia Batista

Karla Quintana

Leila Pereira

Letícia Kleemann

Letícia Krenzinger

Oritz Campos

Queli Cambraia

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Dona Flor Comunicação

Raphaela Donaduce Flores | jornalista