A rota da cerveja artesanal na Argentina: Um passeio imperdível pelos melhores cenários do país

Buenos Aires, Córdoba e a Patagônia são destaques nesse roteiro. Do Oktoberfest argentino às cervejas com sabores locais que conquistam o mundo.



Na Argentina, a cerveja é muito mais do que a combinação de cevada, lúpulo, levedura e água. A bebida social mais consumida do mundo, como apontam alguns especialistas, faz parte da identidade local. Sua presença é tão marcante que há polos cervejeiros espalhados por diversas regiões do país, onde é possível visitar bares, fábricas e cervejarias artesanais, enquanto se exploram destinos únicos como Buenos Aires, Córdoba e a Patagônia.



A “birra”, como é chamada popularmente, convida a conhecer algumas das cidades mais importantes da Argentina: Buenos Aires, com suas infinitas opções culturais e gastronômicas; Córdoba, com suas clássicas serras e rios; e a região da Patagônia, com a imensidão de suas águas cristalinas e montanhas. Santa Fe e San Juan também podem ser paradas desse percurso, todas unidas por uma mesma protagonista que se revela em diversas variedades e sabores: a cerveja artesanal.



Embora todas as cervejas compartilhem uma base comum de ingredientes e um processo de produção semelhante, as diferenças de sabor, aroma, cor e corpo dependem principalmente do cereal utilizado, como cevada, trigo, milho, centeio ou arroz, e do tipo de levedura empregada. O tempo de fermentação pode variar de alguns dias a vários meses, e fatores como temperatura e clima influenciam o resultado final. Em muitas cervejas artesanais, também são adicionados ingredientes especiais como ervas, frutas ou chocolates que trazem notas únicas.



Buenos Aires, polo cervejeiro
Em Buenos Aires, há cervejas de todas as cores e sabores: claras, vermelhas e escuras compõem um cardápio que abriga todos os estilos. Lager, Pilsen, Stout, IPA, Abadia e Ale são apenas algumas das opções. A oferta inclui também diferentes teores alcoólicos: as mais suaves têm cerca de 3%, enquanto as mais fortes podem ultrapassar 15%. Além disso, muitas cervejas da capital argentina contam com toques especiais, como extra lúpulo, café, pepino, mel, trigo, frutas vermelhas ou limão.



Há uma parada cervejeira em praticamente todos os cantos da cidade. De Palermo a San Telmo, passando por Recoleta, Chacarita e Villa Crespo, os bairros ganham vida com pátios cervejeiros, terraços ao ar livre e mesas nas calçadas que convidam a brindar. Alguns bares recomendados são: Desarmadero, Growlers, La Birreria, Charlone e Charlie Hops, cada um com seu próprio estilo e proposta.



Fora da capital, na Província de Buenos Aires, cidades como La Plata, Mar del Plata, Tandil e San Isidro também oferecem experiências cervejeiras únicas. Mar del Plata, por exemplo, abriga marcas como Antares — nascida ali e hoje presente em todo o país — e Baum, que inclusive abre as portas de sua fábrica para visitas. Já em La Plata, o destaque é a Glück, conhecida por seu ambiente moderno; enquanto em Tandil, a Quarryman é parada obrigatória para os fãs de cerveja artesanal.



Córdoba tem seu próprio Oktoberfest

Na província de Córdoba, há uma cidade que é sinônimo de cerveja: Villa General Belgrano. Ali acontece o Oktoberfest argentino, uma vibrante adaptação da tradicional festa de Munique, na Alemanha. Milhares de turistas se reúnem durante os dois fins de semana em que ocorre a Festa Nacional da Cerveja, um evento que, além de oferecer diversos estilos da bebida, conta com gastronomia típica, trajes tradicionais e música. Em 2025, o evento será realizado entre 14 e 16 de novembro e de 21 a 24 de novembro.



Entre as diversas variedades produzidas em Villa General Belgrano, destacam-se as cervejas de autor, feitas em pequenas quantidades e com sabores únicos, muitas vezes criadas com produtos regionais — como o abeto-vermelho. Entre os locais recomendados estão: Berlín, com estética industrial e um cardápio que muda conforme a estação; Brunnen Bier, que remete a uma autêntica taverna bávara, onde cada pinta conta uma história ancestral; e Einwanderer Bier, que aposta em sabores originais elaborados com frutas da estação.



De modo geral, toda a província de Córdoba desenvolveu uma identidade própria em torno da cerveja artesanal. Dessa busca nasceram estilos únicos, como a Pale Ale Cordobesa, de tom âmbar, com notas frutadas e final amargo; a Stout Andaluza, escura e intensa, com nuances de café e chocolate; e a IPA Sierra Morena, aromática e amarga, que conquista até os paladares mais exigentes.



Patagônia: uma indústria cervejeira em ascensão

Uma das cidades que mais se destaca na produção de cerveja patagônica é San Carlos de Bariloche, na província de Río Negro. Apesar de ser mundialmente famosa por seus chocolates, a “birra” também tem grande prestígio por lá. Entre bares e fábricas, são cerca de 25 empreendimentos dedicados à bebida, com uma produção anual superior a 1 milhão de litros. Cervejarias como Manush (com estilo de pub irlandês), Bachmann (uma das pioneiras, com forte influência alemã), Wesley (de inspiração inglesa, com shows ao vivo) e Blest (pioneira no movimento artesanal da região) formam um circuito diverso e imperdível.



Mas o percurso não termina aí. A cerca de duas horas de carro pela Ruta 40, está El Bolsón, cidade ao norte da Patagônia, cercada por montanhas, florestas e rios. Esse destino encanta não apenas pela natureza exuberante, mas também por ser a capital nacional do lúpulo, ingrediente essencial da cerveja. Todo mês de fevereiro, ocorre ali a Festa Nacional do Lúpulo. Entre as cervejarias locais, vale visitar a Beermania (AWKA), com ambiente ao ar livre e música ao vivo, e a tradicional Cervecería El Bolsón, pioneira desde os anos 1980, onde é possível acompanhar de perto o processo de produção.



Dos bares de Buenos Aires e as cervejas serranas de Córdoba ao espírito artesanal da Patagônia, a Argentina oferece um roteiro único para os amantes da cerveja.

Descubra mais sobre as experiências cervejeiras do país em Visit Argentina, a plataforma oficial de turismo argentino.


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Rouge Comunicação

Denise Meyer