Abertura da mostra de Isabel Marroni reuniu arte, amigos e muita celebração no coração de Porto Alegre
A Casa Musgo foi palco de uma noite especial nesta quinta-feira (21), em Porto Alegre, durante a abertura da exposição “Luz do Tempo em Fluxo”, da artista Isabel Marroni. A vernissagem reuniu amigos, colecionadores, artistas, curadores e nomes queridos da cena cultural gaúcha, transformando o espaço em um verdadeiro ponto de encontro entre arte e afeto. A mostram com curadoria de Letícia Lau, reúne pinturas, colagens e objetos que exploram o fazer artístico e a relação entre matéria, memória e transformação.
Entre conversas animadas, brindes e a contemplação das obras de Marroni — entre pinturas, colagens e objetos —, o clima era de celebração. A exposição marca um momento importante na trajetória da artista, que mais uma vez emociona com seu olhar poético sobre o tempo e a memória.
A noite foi marcada por reencontros, novas conexões e, sobretudo, pela valorização da arte como experiência compartilhada. Um início memorável para uma mostra que promete inspirar todos que passarem pela Casa Musgo nas próximas semanas.
Isabel Marroni investiga a memória como sujeito e como forma, a partir do gesto de “rasgar”. Estabelecendo paralelos entre experiências pessoais, coletivas e simbólicas, busca tencionar camadas de procedimentos que envolvem desconstrução e recomposição. Sua pesquisa parte da ação de rasgar obras produzidas ao longo de décadas, reunindo e colando fragmentos e resíduos gerados nos processos diários — pinturas, monotipias, papéis japoneses, retalhos de lençóis descartados — e transformando-os em matéria-prima para novas composições. A pintura, linguagem central em sua trajetória, dialoga com a colagem como estratégia de reconstrução e reorganização desses fragmentos, configurando paisagens intangíveis. Nesse processo, a materialidade ocupa lugar central, sustentando e potencializando a poética da artista.
“O trabalho de Isabel Marroni é um convite ao tempo lento — aquele necessário para que as sutilezas se revelem”, afirma Letícia Lau. “Seus fragmentos não são restos, mas linguagens. São territórios de permanência dentro do fluxo”.
As obras apresentam camadas de papéis rasgados, tecidos e fragmentos de trabalhos anteriores, reorganizados para criar composições que evocam memórias e paisagens internas. O dourado, usado como lampejo ou detalhe, remete ao kintsugi japonês, valorizando as fraturas como parte da história.
“Isabel trabalha como quem escava o tempo: rasga, cola, reorganiza, transformando cada elemento em portador de sentido”, destaca a curadora. “A luz que atravessa suas obras não é artifício, mas revelação.”
A exposição também contará com atividades paralelas, como uma oficina de colagem e uma roda de conversa, ampliando o diálogo com o público (detalhes no “Serviço”). Essas ações buscam estimular a troca de experiências e aproximar ainda mais a arte do cotidiano dos visitantes.
Sobre a artista:
Isabel Marroni (n. 1959, Porto Alegre, RS, Brasil) vive e trabalha em Porto Alegre. Artista visual com formação em Design de Interiores (2013), Isabel Marroni vem ampliando sua trajetória artística iniciada em 1980. Sua jornada na pintura começou com cursos livres de desenho e pintura com renomados artistas gaúchos, como Paulo Porcella e Iberê Camargo. Frequentou o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde aprimorou várias técnicas. Participou durante oito anos do Coletivo de Arte chamado Atelier 6, envolvendo-se em diversas pesquisas e exposições coletivas no Brasil e no exterior.
Entre 2018 e 2022, apresentou exposições individuais como “Profundos In-Visíveis” (Casa Musgo) e "A pele da paisagem" (Gravura Galeria de Arte), ambas em Porto Alegre. Em 2023, integrou mostras coletivas como "As águas Selvagens" (Museu de Arte de Porto Alegre) e "Ausências na História" (CCCRJ, Rio de Janeiro). Desde 2023, participa de acompanhamentos coletivos como NowHere Lisboa, sob orientação de Cristiana Tejo e Marilá Dardot. Recentemente, participou da Casa Tato 10 e de exposições na Galeria Tato (Barra Funda, São Paulo). Possui obras em acervos como Caixa Econômica Federal, Fundación Santillana (Bogotá) e outros.
A exposição segue em cartaz até 27 de setembro, com visitação de quarta a sexta, das 14h às 18h, e sábado e domingo, das 10h às 18h. A entrada é franca.
SERVIÇO
Exposição “Luz do Tempo em Fluxo”
Artista: Isabel Marroni
Curadoria: Letícia Lau
Visitação: 21 de agosto a 27 de setembro de 2025
Quarta a sexta, das 14h às 18h.
Sábado e domingo, das 10h às 18h.
Oficina de Colagem: 06 de setembro de 2025, das 14h30min às 18h.
Roda de conversa da exposição: 27 de setembro de 2025, às 11h.
Local: Casa Musgo - Rua Vieira de Castro, 80 - esquina com a rua Venâncio Aires.
Informações: 51. 99771-8081
Fonte Silvia Abreu