O estudo chamado PREDIMED (Prevención con Dieta Mediterránea), realizado na Espanha, mostrou redução do risco para câncer de mama em mulheres entre 60 e 80 anos que usaram dieta mediterrânea associada ao azeite de oliva extra-virgem: 1,1 versus 2,9 para 1.000 pessoas/ano. Foram estudadas 4.282 mulheres, sorteadas para receber a dieta chamada mediterrânea com óleo vegetal extra-virgem, dieta mediterrânea com suplementos de gordura vegetal ou dieta somente com recomendação de reduzir consumo de gorduras.
O cardápio mediterrâneo se caracteriza pela riqueza do consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), cereais, leguminosas (grão-de-bico, lentilha), oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes), peixes, leite e derivados (iogurte, queijos), vinho, azeite de oliva e uma enorme variedade de ervas de cheiro, que dão cor e sabor especiais a esta culinária da região europeia, o Mediterrâneo. Além disso, é caracterizado por um baixo consumo de carnes vermelhas, gorduras de origem animal, produtos industrializados e doces, alimentos ricos em gordura e açúcar. O grupo que recebeu dieta e 1 litro de óleo extra-virgem por semana - para ela e sua família, tiveram redução de 68% na incidência do câncer de mama, conforme o trabalho publicado em 14 de setembro deste ano na revista JAMA.
Existem estudos que já decodificaram a cascata de sinais metabólicos, ou seja, rotas enzimáticas que levam a mutações que causam o câncer de mama, menciona o oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus, Dr. Stephen Stefani. Entre as explicações do benefício do óleo extra-virgem está a redução da ativação de um gene chamado p21RAS, prevenção do dano do DNA e estimulação da morte celular de células com mutação, explica o especialista. “O estudo PREDIMED, por ser de grande porte e delineamento adequado, merece atenção e sua continuidade por mais tempo é recomendada para se chegar a conclusões definitivas”, complementa o oncologista.
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Cerca de 1,67 milhões de casos novos dessa neoplasia são estimados por ano, em todo o mundo, e representa 25% de todos os tipos de câncer diagnosticados nas mulheres. A estimativa é de 520 mil mortes por ano no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta mais de 57 mil novos casos diagnosticados ao ano, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Fonte: Hospital Mãe de Deus (Moglia Comunicação)