Exposição será inaugurada neste sábado (7/6), às 10h, no Museu de Arte do Paço - MAPA (Praça Montevidéu, 10 - Centro Histórico - Porto Alegre)
Para marcar os cem anos do I Salão de Outono - evento que consolidou Porto Alegre no mapa das artes visuais brasileiras - será inaugurada neste sábado, 7 de junho, a exposição I Salão de Outono - O centenário de um marco para as artes visuais no Rio Grande do Sul, no Museu de Arte do Paço (MAPA), junto ao Paço Municipal.
Com curadoria de Lizângela Guerra e Paula Ramos, a mostra reúne cerca de 30 obras originais que integraram a edição histórica de 1925, além de documentos, fotografias, publicações de jornais e uma série de fontes que resgatam o contexto e os impactos do evento. A visitação é gratuita e segue até 11 de julho, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
A exposição é resultado de uma extensa pesquisa iniciada em 2021 e foi viabilizada por uma campanha de financiamento coletivo, que contou com o apoio de mais de 150 colaboradores de diferentes regiões do Brasil. Além de obras de artistas consagrados e emergentes do período, o público poderá conhecer registros históricos sobre o evento que mobilizou a imprensa local em 1925 e impulsionou as primeiras tendências modernistas no Estado, segundo o artista e crítico de arte italiano Angelo Guido (1893 - 1969).
Realizado em maio de 1925, o I Salão de Outono - evento jamais visto em Porto Alegre até então - reuniu mais de 300 obras de 68 artistas, profissionais e amadores, no Salão de Honra da Intendência Municipal. A iniciativa foi organizada por um grupo de jovens artistas e intelectuais que, pela primeira vez, propuseram um salão aberto à diversidade de linguagens artísticas - incluindo pintura, escultura, arquitetura e artes aplicadas. O sucesso foi imediato: o evento gerou debates acalorados nos jornais, atraiu grande público e repercutiu nacionalmente, especialmente no Rio de Janeiro, então capital da República, provando que havia público na cidade para as artes visuais e contribuindo para inserir o Rio Grande do Sul no mapa artístico e cultural do Brasil.
Entre os nomes que se destacaram estavam Antonio Caringi, Fernando Corona, João Fahrion, José Lutzenberger, José Rasgado (Stelius), Judith Fortes, Oscar Boeira e Sotero Cosme. Suas produções foram comentadas junto às de artistas consagrados, também expositores do Salão, a exemplo de Alfred Adloff, Augusto Luiz de Freitas e Pedro Weingärtner, e de artistas que se afirmavam, como Affonso Silva e Francis Pelichek.
Em 2025, para comemorar o centenário do Salão, a exposição recupera sua história, apresentando obras, artistas, comentaristas, incluindo “Jack”, o misterioso crítico de arte do Salão, que entre os meses de maio e julho de 1925 publicou nove textos críticos no recém criado jornal Diário de Notícias, revelando seus “favoritos” e também gerando uma série de polêmicas, pelo tom irônico e impiedoso com que discutiu uma série de obras.
As curadoras Lizângela Guerra e Paula Ramos conduzem a exposição a partir de um recorte histórico e crítico que visa não apenas reconstituir o evento de 1925, mas também refletir sobre sua importância na formação do sistema artístico gaúcho.
I Salão de Outono
O centenário de um marco para as artes visuais no Rio Grande do Sul
Curadoria: Lizângela Guerra e Paula Ramos
Quando
Abertura da exposição: 7 de junho de 2025, sábado, das 10h às 13h
Visitação: de 9 de junho a 11 de julho de 2025
Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Onde
Museu de Arte do Paço – MAPA
Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico – Porto Alegre
LIZÂNGELA GUERRA é Bacharela em História da Arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2022); Licenciada em Letras – Português e Francês (UFRGS/2009); Mestra em Engenharia de Produção (UFRGS/2021). Atua como Técnica em Assuntos Educacionais na Secretaria de Relações Internacionais da UFRGS desde 2012, lotada no mesmo setor desde 2009. Como Coordenadora de Projetos e Convênios (2013–2019), atuou em diversos projetos financiados pela Comissão Europeia, representou a UFRGS em feiras internacionais no Brasil e no exterior, participou de três mobilidades administrativas (Uppsala University, Suécia; Institut Polytechnique de Grenoble, França e Organização dos Estados Americanos, EUA), entre outras atividades. Atualmente, é responsável pela negociação de convênios internacionais. Pesquisa o I Salão de Outono desde 2021, sob orientação da Profa. Dra. Paula Ramos. Vive e trabalha em Porto Alegre, Brasil.
PAULA RAMOS é crítica, historiadora da arte e curadora. Bacharel em Jornalismo (1996) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com Mestrado (2002) e Doutorado (2007) em Artes Visuais, ênfase em História, Teoria e Crítica de Arte, pela mesma IFES, ambos subsidiados com bolsa CNPq. Em 2005, realizou Estágio Doutoral junto à Kassel Universität, na Alemanha, com bolsa CNPq/DAAD. No mesmo país, realizou Estágio Sênior (2018–2019; 2020–2021) na Hochschule Hannover, com bolsa da Fundação Alexander von Humboldt. Professora Associada do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS, atua nos cursos de História da Arte e Artes Visuais, bem como no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV/UFRGS). É coordenadora da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo – Acervo Artístico. Paula Ramos assina diversas curadorias em arte moderna e contemporânea, muitas das quais agraciadas com prêmios. É autora e organizadora de várias publicações no segmento de cultura e artes visuais, com destaque para A madrugada da modernidade – 1926 (2006), A fotografia de Luiz Carlos Felizardo (2011), Walmor Corrêa – o estranho assimilado (2015), Lenir de Miranda – pintura périplo (2019) e Belony Ferreira – Alma Terra (2024). Em 2016, publicou A modernidade impressa – Artistas ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre (2016), reunindo as pesquisas de Mestrado e Doutorado. O livro foi lançado com exposição homônima, no MARGS. Como um todo, o projeto A modernidade impressa recebeu oito prêmios em âmbito regional e nacional, incluindo o Prêmio Jabuti 2017. Paula Ramos é membro do Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA). Vive e trabalha em Porto Alegre, Brasil.
Foto Cylene Dallegrave
Dona Flor Comunicação
Raphaela Donaduce Flores | jornalista