Quase três horas de puro êxtase. A Onne se juntou aos fãs de todas as idades e cantos do Brasil que lotaram a Arena do Grêmio nesta quarta-feira, dia 16, para ver e sentir de perto o lendário guitarrista inglês David Gilmour, ex-integrante do Pink Floyd. Segundo a Hits Entretenimento, produtora que trouxe o artista, o público foi estimado em 40 mil pessoas.
O clima de celebração iniciou por volta das 21h, quando Gilmour surgiu no palco para o delírio do público. Com uma acústica perfeita, abriu a apresentação com a instrumental "5 A.M", do trabalho solo "Rattle that Lock", que dá nome a turnê. Logo em seguida, entre fantásticos efeitos cênicos de luz e um telão de 10 metros de diâmetro acima do palco, a empolgação aumentou com as conhecidas e veneradas canções dos tempos de Pink Floyd. Nessa hora, ao meu lado, um fã mineiro que vem acompanhando toda a turnê de Gilmour no Brasil não disfarçava as lágrimas de emoção. André Baptista, junto com a esposa, esteve no meio do ano na Croácia, só para ver o show do guitarrista, quando então ficou sabendo que a turnê viria ao Brasil.
"Wish You Were Here" foi a primeira das clássicas. Gilmour pegou o violão e dedilhou as primeiras notas, para delírio geral. Depois em "Money", o destaque ficou para o saxofonista brasileiro João de Macedo Mello, que protagonizou solos de sax em vários momentos do espetáculo. Para chamar o intervalo de 15 minutos, Gilmour fez uma pausa e disse: - Don´t go away! Quem iria?
E todos ficaram colados, perto do palco, aproveitando para se hidratar, apesar da brisa que entrava no estádio. Logo iniciava a segunda parte com mais sucessos do Pink Floyd: "Shine On You Crazy Diamond", na sequência “Fat Old Sun”, "Coming Back To Life" e "Run Like Hell", uma das únicas composições de Gilmour para o clássico "The Wall", que o ex-colega Roger Waters apresentou em Porto Alegre em 2012, no Beira Rio.
Era chegada a hora do bis. Conforme previsto, toca “Time” do disco The Dark Side of The Moon e finaliza com “Confortably Numb”, deixando inebriados os milhares de fãs com seu vocal e solo de guitarra indefectível. Sir David Gilmour mostrou por que é considerado um dinossauro do rock e provou que está em plena forma aos 69 anos.
Este foi o quarto show de uma série que começou com duas apresentações, em São Paulo, nas noites de sexta (11) e sábado (12), e depois em Curitiba, na última segunda (14). De Porto Alegre, partiu para apresentações na Argentina e Chile. E partiu corações também, deixando um gosto de quero mais. Muito mais.
Texto: Marcelo Tovo
Fotos: Edu Defferrari