A arte visceral de Isabel Ferreira

  • Cultura
  • 08/03/2023 - 11:19
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Artista que usa o corpo para fazer suas pinturas inaugura a exposição “Plano Espaço Tempo” e o seu atelier e espaço expositivo no dia 11 de março, das 15h às 18h.

Um novo espaço de arte e uma artista inovadora marcam o lançamento do “Isabel Ferreira – Atelier e Espaço Expositivo”, em Porto Alegre. A artista destaca-se pela produção de grandes obras e pela técnica peculiar. Em vez de pincel, ela usa o corpo inteiro para formar suas imagens, por vezes abstratas e, em outras, figurativas e expressivas. Sua obra e seu espaço são um convite a um mergulho na arte e podem ser conferidas a partir do dia 11 de março, das 15h às 18h, na Rua Congo, 370, na Vila Ipiranga, em Porto Alegre. A inauguração será acompanhada do vernissage da exposição “Plano Espaço Tempo”, com obras de Isabel Ferreira, e curadoria de Daisy Viola. A exposição fica no local até o dia 12 de abril, com agendamento pelo WhatsApp: (51) 99973-3922.

“Nesta exposição temos duas vontades: apresentar a produção da artista, Isabel Ferreira e, o seu atelier, onde criou um espaço de aprofundamento de ideias e práticas artísticas. Um espaço de arte onde poderemos ver, conversar sobre, e fazer arte também. Neste espaço, com dedicação e disciplina no processo criativo, a pintura de Isabel se redimensionou, até se transformar numa verdadeira dança, da artista com telas imensas, baldes de tinta, bastões de pastel oleoso, que diluem as fronteiras entre as linguagens da pintura e do desenho”, revela a curadora Daisy Viola.

A arte que instiga os sentidos é produzida a partir deles. Em uma catarse artística, Isabel produz suas obras e sua cura. Ela começou sua carreira artística depois dos 55 anos de idade. Em 2017, foi estudar no Atelier Livre Xico Stockinger onde fez inúmeros cursos. Buscava de maneira incansável o seu fazer artístico. Em suas referências estão nomes como Iberê Camargo, Carlos Vergara, Jackson Pollock, Cy Twombly, Brice Marden, entre outros, assim como métodos, misturas de tintas e materiais.

Durante a pandemia, a artista deixou de lado seu espaço delimitado, pinturas emolduradas e criou seu atelier. Sozinha, buscou a cura, a necessidade de se expressar e, por meio de sua pintura e desenhos, redimensionou a figura e desconstruiu o modelo tradicional da pintura. Isabel deixou de lado o cavalete e passou a ocupar superfície firmes, planas, que podem ser desde painéis de madeira fixados na parede até o próprio chão. Assim, começou a desenvolver, através das dimensões de seu gesto, obras em telas ou papéis em grandes dimensões.

“Seu corpo mergulha na tela e nas tintas, rompendo os limites do espaço através do movimento exaustivo e espontâneo de seus gestos. Suas pinturas e desenhos transitam no limite entre o moderno e o contemporâneo, entre a figura e a fantasia. A artista trabalha de forma autoral, com cores fortes, contrastantes, pinceladas marcantes, gestos determinantes e grossas camadas de tintas que valorizam a expressividade”, ilustra Daisy.

Nessa trajetória destacam-se séries como “Dimensões do Gesto”, “Meus Tons”, “Rastros”, com pinturas livres de molduras, em que a artista expressou sua criatividade com toda sua alma e dimensões do seu gesto, com obras que integram a exposição “Plano Espaço Tempo”.


Casa de Amor e Arte

A intensidade visceral impressa nas obras de Isabel Ferreira também está representada no seu atelier e espaço expositivo, que vai funcionar como uma espécie de “coworking da arte”, com um ambiente que convida ao fazer artístico e carrega sua história de amor em uma área total de 300 metros quadrados.

A casa havia sido residência da “Dona Filhinha” e de Seu Pedro, sogros da artista Isabel Ferreira. “Ela traduz uma história de vida em paredes com luz e cor. Desde a juventude e seu riso até a velhice com a saudade e a hora de partir. Primeiro ele e, tempos depois, ela. Aqui viveram diferentes aspectos necessários para a evolução da vida, como solidez e estabilidade, mas também a emoção da transformação do pensamento e da paixão, que representam a natureza e a existência humana”, observa Daisy Viola.

A história continuou com o filho Airton e seu amor, Isabel, que começou a ocupar uma parte do espaço, para realizar seu trabalho de arte, como ateliê de desenho e pinturas. Agora, a casa é transformada num lugar de fazer, pensar e mostrar arte, com salas de exposições, um jardim refeito com capricho, ateliê, cozinha para café e conversa e espaço para o convívio com arte, ideias e sonhos. Uma casa para troca de saberes e experiências, neste lugar que carrega histórias de vidas e afetos.

Serviço:
Exposição “Plano Espaço Tempo” e inauguração do “Isabel Ferreira - Atelier e Espaço Expositivo”
Vernissage: 11 de março (sábado), das 15h às 18h
Visitação: 12 de março a 12 de abril – com agendamento pelo WhatsApp: (51) 99973-3922.
Endereço: Rua Congo, 370 – Vila Ipiranga – Porto Alegre

Divulgação: Tatiana Csordas
Fotos: Nilton Santolin