“PEDRO WEINGÄRTNER, NOSSO CONTEMPORÂNEO” ESTREIA NA GALART

Exposição com um dos grandes nomes da arte do Estado será inaugurada no sábado, 30 de julho, e segue até 27 de agosto. Mostra inclui obras raras, apresentadas ao público pela primeira vez.

Uma exposição histórica vai ocupar a GalArt – Galeria de Arte (Av. Coronel Lucas de Oliveira, 132) a partir do próximo sábado, 30 de julho. “Pedro Weingärtner, nosso contemporâneo” apresenta 23 obras do célebre artista, considerado um dos grandes nomes da arte do Rio Grande do Sul. A mostra ficará em cartaz até o dia 27 de agosto, com entrada franca.

A exposição é apresentada pelo historiador da arte e professor Paulo Gomes, um dos principais pesquisadores da obra do artista: “Seu diálogo preciso com seu tempo, visível nas pinturas de paisagens e de gênero, colocaram o Rio Grande do Sul no mapa artístico do Brasil, um feito inigualável na arte brasileira, talvez equiparado somente às realizações do Clube de Gravura e do Grupo de Bagé, isso mais de cinquenta anos depois”.

É a oportunidade para o público conhecer obras raras de Weingärtner. Boa parte das produções integra o acervo da própria GalArt, que tem no galerista Heitor Bergamini um colecionador apaixonado por obras icônicas de artistas gaúchos, além de peças raras do período neoclássico e do modernismo. “Há uma década, quando colecionador iniciante, adquiri a primeira obra do PW (eu me permito tratá-lo assim pela intimidade adquirida nesses anos de convívio). A obra está comigo até hoje. É um retrato de um velho com barba longa com os olhos baixos como a fitar o chão. O desenho é autenticado por nada mais nada menos que Ângelo Guido (outro dos grandes) e integra a exposição”, revela Bergamini. “Em Pedro Weingärtner eu vejo um artista admirado e valorizado, um dos mais importantes que já surgiu no Rio Grande do Sul e que foi e continua sendo reconhecido nacionalmente”, ressalta.

Desenhos, retratos e história

Filho de imigrantes alemães, Pedro Weingärtner nasceu em Porto Alegre em 1853, onde viveu até 1929. Foi pintor, desenhista e gravurista. Nas obras que compõem a exposição destacam-se os retratos, as cenas cotidianas da aristocracia, as paisagens e os desenhos. São justamente os desenhos, a parte menos conhecida e acessível de toda a produção de Weingärtner, mas não menos meritória. “Sua maestria no desenho, disperso em dezenas de folhas, demonstra, de modo cabal, todo o intenso e cuidadoso trabalho de concepção de suas obras, marcado pelos modos da pintura acadêmica (aqui no sentido de filiada aos modos de fazer das academias) que exigia o desenho como base de todo o trabalho”, analisa o historiador Paulo Gomes. Neles, o artista registra seu trabalho em campo nas anotações para paisagens. Denotam ainda a observação atenta dos modos e expressões de modelos nos retratos.

Sobre os outros elementos presentes na exposição, Paulo Gomes faz algumas reflexões. “Suas paisagens eram identitárias, fator importante na sua consolidação como artista do Sul do Brasil. Suas pinturas de antiguidades atendiam a um gosto de época. Seus retratos ficaram para trás, perdidos no passado”, reconhece. “Mas restam valores inquestionáveis, como a excelência da sua fatura artística, da sua pintura, do seu desenho e da sua gravura, que impressionam ainda hoje pela qualidade, pela beleza e pelo requinte e finalmente, o seu testamento para nós, seus conterrâneos distantes no tempo”, finaliza.

A exposição é fundamental para quem quiser conferir aspectos até então inéditos de um dos mais importantes artistas da história do Rio Grande do Sul.

Exposição “Pedro Weingärtner, Nosso Contemporâneo”
Local: “Sala da Frente” da GalArt – Galeria de Arte
Endereço: Av. Lucas de Oliveira, 132
Vernissage: 30 de julho, das 11h às 16h
Visitação: 30 de julho até 27 de agosto
Horário: segunda à sexta, das 9h às 18h, sábados, das 10h às 14h

Divulgação: Tatiana Csordas
Fotos: Divulgação