Figura do gaúcho é tema de exposição de Ricardo Giuliani no Museu de Arte de Santa Maria

  • Cultura
  • 01/09/2021 - 14:46
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Mostra “Um Gaúcho” reúne 70 obras e será lançada no dia 9 de setembro no MASM

Ricardo Giuliani inaugura no próximo dia 9 de setembro, no Museu de Arte de Santa Maria (MASM), sua mostra individual “Um Gaúcho”, exibida originalmente em 2018, no Museu de Arte do Rio Grande Sul (MARGS), em Porto Alegre. Com curadoria de José Francisco Alves, reúne 70 obras, entre pinturas, desenhos e aquarelas, que sintetizam uma crítica social sobre o personagem máximo de nossa história e cultura – o Gaúcho.

A produção de Giuliani, que tem se dedicado às artes visuais desde 2012, parte das questões sociais e políticas para o seu posicionamento no mundo, materializado sob a forma de sua arte. Um artista cronista, ou um observador inquieto, que, por meio das artes visuais, propõe uma resposta crítica às mazelas do povo a partir do nosso tipo regional. O gaúcho, conforme a ótica de Giuliani, “é o gaúcho a pé e não o centauro da pampa”.

No MARGS, em 2018, o artista lançou mão dos grandes formatos, com duas grandes pinturas épicas, especiais para a exposição: “Boa Ventura I”, com 10 metros de comprimento, e “Boa Ventura II”, de 8,9 metros de comprimento. As duas obras poderão ser prestigiadas em Santa Maria em versões reproduzidas digitalmente, como uma nova forma de veiculação das obras.

Selecionada por edital público, a mostra ficará disponível para visitação até o dia 8 de outubro e será composta por uma seção extra de obras oriundas de fases distintas de Giuliani, um apanhado da produção de séries que integraram outras mostras, individuais e coletivas do artista. Trata-se de um pequeno recorrido biográfico de sua produção com o objetivo de incluir outros temas tratados pelo artista ao longo do tempo.

Bate-papo virtual
Como forma de ampliar o debate sobre a temática durante os “festejos” farroupilhas, o @abertoespacocultural – galeria localizada em São Francisco de Paula, onde se encontram hoje os principais trabalhos do artista - irá promover, concomitantemente, uma série de lives em seu perfil no Instagram, com leitura e bate-papo sobre textos do livro homônimo à exposição. O impresso apresenta uma série de imagens das obras que estarão expostas no museu e têm pequenos contos e croniquetas intercaladas redigidas por Giuliani.

Entre os convidados das lives, que ocorrem todas as segundas-feiras, às 19h, grandes nomes da arte e da cultura, como o escritor e poeta Dilan Camargo, responsável pela apresentação do livro, o jornalista, músico, historiador e ex-secretário de Estado Victor Hugo, o músico e compositor Ernesto Fagundes, além do chef de cozinha Marcos Livi.

“Desde 2018 o Ricardo não produzia nenhuma mostra individual e agora, encerra o ciclo da ‘Um Gaúcho’ em um dos espaços institucionais mais importantes do Estado”., explica Marla Trevisan, Gestora Cultural do ABERTO. Trata-se, também, de um "fechamento" simbólico desta fase do artista junto à Mostra “Um Gaúcho”. A boa notícia é que Giuliani já se prepara para uma nova empreitada. A série intitulada “Cría cuervos y te sacarán los ojos” começa a ser desenhada.

Sobre o Artista
Natural de Quaraí/RS, o advogado, especialista em direito privado pela PUC/RS, mestre e doutor em direito pela UNISINOS/RS tem se dedicado às artes visuais desde 2012, quando descobriu a linguagem pictórica e começou a produzir intensamente, apaixonado por essa nova possibilidade estética. A arte, para ele, é definidora das possibilidades de estar no mundo para dividi-lo com o outro. Como músico, participou de festivais nativistas na década de 1980, sem nunca abandonar a MPB e o rock; como escritor, além de contribuir com crônicas em vários jornais e revistas, publicou seis livros, sendo finalista do Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria Crônica, em 2012. Também coleciona obras em acervos, em especial do MARGS; MACRS - Museu de Arte Contemporânea do RS; MARCO - Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul; Centro Cultural Dr. Henrique Ordovás Filho e Universidade de Caxias do Sul, ambos em Caxias do Sul, RS; e na URI em Erechim, RS.

Para a exposição, a visitação é gratuita, no período de 9 de setembro a 8 de outubro. Visitas mediadas podem ser agendadas no e-mail masmdigital@gmail.com.

SERVIÇO

Um Gaúcho no Museu de Arte de Santa Maria
Período: De 09 de setembro a 08 de outubro
Horários: De segunda a sexta - das 8h às 16h (sem fechar ao meio-dia)
Endereço: Avenida Presidente Vargas, 1400 - Bairro Fátima
Telefone: (55) 3921-7090
Agende a sua visita pelo e-mail: masmdigital@gmail.com
Instagram: @masmmuseudearte
Informações Imprensa: Tati Feldens
Fone: (51) 998368652


TEXTO DO CURADOR

“Um Gaúcho”

por Ricardo Giuliani

“Apresentamos “Um Gaúcho”, individual de Ricardo Giuliani (Quaraí, 1963) originalmente exibida em 2018, no Museu de Arte do Rio Grande Sul (MARGS), em Porto Alegre. Nesta produção, o artista busca uma crítica social sobre o personagem máximo de nossa história e cultura – o Gaúcho –, temática tão cara à nossa arte, enfoque de artistas como Pedro Weingärtner, Antônio Caringi ou dos militantes dos Clube de Gravura de Porto Alegre e Bagé.

A produção de Giuliani, predominantemente a pintura e o desenho, parte das questões sociais e políticas para o seu posicionamento no mundo, materializado sob a forma de sua arte. Trata-se do artista como uma espécie de cronista, um observador inquieto que por meio das artes visuais propõe uma resposta crítica às mazelas do povo brasileiro. No caso, “Um Gaúcho” é uma forma de abordar tais questões universais, a partir do nosso tipo regional.

Ricardo Giuliani aqui lança mão de todo um universo disponível de materiais e técnicas para comunicar os seus posicionamentos, e o faz a partir da experimentação, sem medo da imensa gama de potencialidades oferecidas. O seu caráter autodidata, assim, é o motor de sua liberdade, a qual busca um resultado sem modelos pré-estabelecidos.

No MARGS, em 2018, o artista também lançou mão dos grandes formatos, com duas grandes pinturas épicas, especiais para a exposição: “Boa Ventura I”, com 10 metros de comprimento, e “Boa Ventura II”, de 8,9 metros de comprimento. Aqui para o MASM, expomos as versões reproduzidas digitalmente das mesmas, como uma nova forma de veiculação das obras. Também com o objetivo de exemplificar outros temas tratados por Ricardo Giuliani, nesta exposição também figura uma seção de obras de outras fases, em um pequeno recorrido biográfico de sua produção.

“Um Gaúcho” é, a um só tempo, histórico, folclórico e existencial. O próprio artista, abrigado pelas circunstâncias do viver, vem produzindo e entregando-se à sua própria narrativa frente aos paradoxos, nem tão aparentes, da sua construção histórico-social. Ricardo Giuliani tem-se dedicado às artes visuais desde 2012, quando descobriu a linguagem pictórica e começou a produzir intensamente, apaixonado por esta nova possibilidade estética.

A arte, para Giuliani, é definidora das possibilidades de estar no mundo para dividi-lo com o Outro”.

José Francisco Alves

Curador

CURRÍCULO DO ARTISTA

RICARDO GIULIANI, Quaraí/RS, 1963
(Ricardo Giuliani Neto)
Advogado, especialista em direito privado pela PUC/RS, mestre e doutor em direito pela UNISINOS/RS. Lecionou Direito Penal, Constitucional, Teoria Geral do Processo e Teoria Geral do Direito. Escritor. Além de contribuir com crônicas em vários jornais e revistas, publicou as seguintes obras: O Devido Processo e o Direito Devido, Ed. Veraz ; Imaginário, Poder e Estado. O sujeito (sobre)vive, Ed. Verbo Jurídico; Pedaços de Reflexões Públicas Andanças pelo Torto do Direito e da Política, Ed. Verbo Jurídico; Nas Cox!as do Poder, Dublinense (finalista do Prêmio Açorianos, Crônica, em 2012), Não somos tão bacanas assim, uma conversa sobre a política que preferimos calar. Dublinense; Um Gaúcho, Aberto Caminho de Artes.

Artista visual desde 2012.

Exposições Individuais: Um Gaúcho, curadoria José Francisco Alves, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, MARGS/RS, Porto Alegre, RS, 2018. TransAparente, Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul, MARCO/MS, Campo Grande, 2018. O Tempo das Coisas, Aberto Caminho de Artes, Porto Alegre, RS, 2017; Palhaçando em III Atos, Galeria Arte & Fato, Porto Alegre, 2017; TransAparente, Centro Cultural da Câmara dos Deputados, Congresso Nacional, Brasília, DF, 2017; TransAparente, Fundarte, Montenegro, RS, 2016; Inventando um mundo, curadoria Ana Zavadil, Galeria Modernidade, Novo Hamburgo, 2015; TransAparente, Arte & Fato Galeria, Porto Alegre, 2015; Andanças, curadoria Ana Zavadil, Arte&Fato Galeria, Porto Alegre, 2014; Vice-Consulado do Brasil no Departamento de Artigas, Uruguai, 2014.

Exposições Coletivas: Instantes no Tempo, curadoria Ana Zavadil, Porto Alegre, RS, 2021; Ciclo, ArtLab Gallery, São Paulo, SP, 2020. Memórias, Doações MACRS 2015-2018, MACRS, Porto Alegre, RS, 2018; Futurama 3, curadoria Ana Zavadil, MACRS, Porto Alegre, RS, 2018; Ethno Fragmentos do Homo Sapiens , curadoria Anaurelino Barros, Memorial do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2018; Paisagens em Dois Tons, curadoria Ana Zavadil, MACRS, Porto Alegre, RS, 2017; Novas Conexões - Acervo Arte & Fato e Convidados, Aberto Caminho de Artes, Porto Alegre, RS, 2017; 25 Vezes Duchamp - A Fonte 100 Anos, curadoria Francisco Alves, MACRS, Porto Alegre, RS, 2017; Arte+Arte: Arte e Política: Olhares Contemporâneos, Associação Chico Lisboa, Galeria de Arte Dmae, Porto Alegre, RS, 2017; Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, MACRS, Praga, 2017; Novas Paisagens, curadoria Ana Zavadil, Arte&FAto Galeria, Porto Alegre, RS, 2017; Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Czech Centre Prague, Praga, República Checa, 2017; Alinhando, Desorientando - Desenho no MAC 25 Anos, curadoria Ana Zavadil e Letícia Lau, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2017; Museu de Contraste, curadoria Gaudêncio Fidelis, LabArte 760, Porto Alegre, RS; I Bienal C Itinerância 2016, Santa Cruz do Sul, RS; Paisagem (In) Certa, curadoria Ana Zavadil, Centro de Exposiciones Subte, Montevidéu, Uruguai, 2016; Conexão Arte, curadoria Anaurelino Barros, Casa de Pedra, Canela, RS, 2016; XIV Salão Latino Americano de Artes Plásticas de Santa Maria, RS, 2016; Festival Paratíssima, recorte da I Bienal C, Associação Chico Lisboa, Lisboa, Portugal, 2016; Horizontes da Paisagem, curadoria Ana Zavadil, Centro Cultural Dr. Henrique Ordavás Filho, Caxias do Sul, RS, 2016; Caminhos da Criação: Design, Moda e Arte, curadoria Ana Zavadil, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, 2016; Paisagem Plural, curadoria Ana Zavadil, Fundação BADESC, Florianópolis, SC; Arte Essencial, curadoria Ana Zavadil, Arte&Fato Galeria, Porto Alegre, 2015; A Paisagem: Vestígios, Desvios e outras derivas, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), Porto Alegre, 2015; Identidade: Desenho, curadoria Anaurelino Barros Neto e Fábio Rheinheimer, Galeria Porão do Paço Municipal da Prefeitura de Porto Alegre, RS, 2015; RS; O Corpo na Arte Instrumento, Plasticidade e Suporte, MACRS, Porto Alegre, RS; Contextos e Inquietações, I Bienal C, galeria de Arte do DMAE, Porto Alegre, RS, 2015; Abordagens e Sentidos: A Pintura como Possibilidade Poética, Estúdio Dezenove, Rio de Janeiro, RJ, 2015; 5º Salão Fundarte/SESC de Arte 10x10, Montenegro, RS, 2015; Prenúncios da Primavera, Universidade de Caxias do Sul, RS, 2015; Lá Fora II, Pátio da Associação Chico Lisboa, Porto Alegre, RS, 2015; RS, Marcadores da Arte, Espaço Cultural da Chico Lisboa, Porto Alegre, RS e UCS, Caxias do Sul, RS e Casa de Cultura Pedro Wayne, Bagé, RS, 2015; Arte+Arte, Visões da Liberdade - Recorte de Fotografia, itinerância na UCS, Caxias do Sul, RS e Casa das Artes Regina Simonis, Santa Cruz do Sul, RS, 2014; O Cânone Pobre –Uma Arqueologia da Precariedade na Arte, Museu de Artes do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014; Seleção da Chico: Cultura e Cotidiano, Associação Chico Lisboa, Porto Alegre, 2014; 20º Salão de Artes Plásticas da Câmara de Porto Alegre, 2014; Arte+Arte, Visões da Liberdade, Memorial do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

Obras em acervo: Possui duas obras no acervo do MARGS, Porto Alegre, RS, e obra nos acervos do MACRS - Museu de Arte Contemporânea do RS, Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul – MARCO, Centro Cultural Dr. Henrique Ordovás Filho e Universidade de Caxias do Sul, ambos em Caxias do Sul, RS e na URI em Erechim, RS.
Premiações: Foi Destaque Cultural no Prêmio Luiz Menezes, concedido pelo município de Quaraí em 2015.

Publicações: 2018, A obra Um Gaúcho foi publicada na capa da revista Brasileira de Psiquiatria Trends; 2018, Andanças I, foi publicada na capa do Livro Sociología, Metodología, Derecho y Salud en la Sociedad Complexa, pela UBP de Córdoba, Argentina; 2014, A obra Tees foi publicada na capa da revista Brasileira de Psiquiatria Trends e a obra Yoko na Revista Tes]OH, publicação do MARGS. 2014, obra sem título, publicada na capa do livro Chama de Inverno, de Gustavo Machado. 2017, obra Andanças I publicada na capa do livro Sociologia, Metodologia, Derecho y Salud en La Sociedad Compleja de Cláudia E. Salazar e Sandra Regina Martini.

Divulgação: Tati Feldens
Fotos: Nilton Santolin