Após extensa turnê pelos Estados Unidos, o acordeonista apresenta seu premiado álbum pela primeira vez em Porto Alegre, acompanhado de Orquestra Barroca e Orquestra Folclórica de Chamamé, sob regência de Fernando Cordella
Depois de uma extensa turnê pelos Estados Unidos, o acordeonista Alejandro Brittes volta ao Brasil e apresentará o premiado álbum (L)ESTE pela primeira vez em Porto Alegre, no dia 24 de outubro, às 20h, no Theatro São Pedro, com entrada franca.
Para este concerto, o músico e compositor estará acompanhado de uma Orquestra de Câmara Barroca, composta por Giovani dos Santos (primeiro violino), Márcio Cecconello (segundo violino), Érico Marques (oboé e corner inglês), Diego Schuck Biasibetti (cello e viola da gamba), Fernando Cordella (cravo e regência), junto com a Orquestra Folclórica de Chamamé composta por André Ely (violão de sete cordas), Carlos Eduardo de Césaro (contrabaixo) e Ricardo Arenaldth (percussão).
O concerto propõe um crossorver musical baseado na pesquisa antropológica e etnomusical realizada por ele e pela produtora e historiadora Magali de Rossi em 2021, intitulada “ A Origem do Chamamé – Uma história para ser contada”.
(L)ESTE é um concerto de Chamamé, em que o ritmo dialoga com sua matriz ancestral, com sua origem primária, do resultado do encontro gerado nos 30 povos missioneiros entre a musicalidade e ritualidade dos Guaranis com a música Barroca ensinada pelo Padres Jesuítas, paradigma cultural que com o tempo, e sob força da memória coletiva, deram as condições iniciais para a criação do ritmo Chamamé.
O espetáculo contém repertório autoral de Brittes, com arranjos e readaptação para orquestra de Câmara Barroca, assinados por Fernando Cordella. Também conta com duas sonatas barrocas compostas pelo Padre Jesuíta Domenico Zipolli (1688 -1726).
Cenário barroco e Guarani
O cenário idealizado pelos cenógrafos Rafael Oliveira e Nara Lúcia Maia foi criado a partir de pesquisa sobre a origem do chamamé, onde o clássico barroco e o guarani se encontram. Moldura barroca, feita por artistas de Parintins Paulo e Cristiano Oliveira, traz o refinamento do barroco e as tramas da arte Guarani, feitas por Ana Ferreira da aldeia Tekoa Koenn'ju de São Miguel das Missões trazem a simplicidade. Assim, o cenário é um crossover de dois estilos que na música deu origem ao chamamé.
Nos meses de novembro e dezembro, Brittes realizará mais dois concertos no Rio Grande do Sul. No dia 11/11, em São Borja (RS); e no dia 3/ 12 em frente às Ruínas de São Miguel, em São Miguel das Missões (RS).
O projeto (L)ESTE é viabilizado pela Lei Rouanet – Ministério da Cultura com o patrocínio das empresas Arroz Prato Fino – Pirahy alimentos, Redemaq e Roda Pneus. A realização e produção é de Magali de Rossi produções e Eduardo Bicca – Soluções Culturais.
ALEJANDRO BRITTES E ORQUESTRA APRESENTAM (L)ESTE PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTO ALEGRE
DATA: 24 de outubro de 2023
HORÁRIO: 20h
LOCAL: Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, S/N - Centro Histórico, Porto)
ENTRADA FRANCA
Reservas: - https://theatrosaopedro.rs.gov.br/programacao a partir do dia 15 de setembro de 2023.
Espetáculo possui medidas de acessibilidade.
ALEJANDRO BRITTES
Acordeonista, compositor, pesquisador e interprete de música do litoral Argentino com nove discos gravados. Estudou música acadêmica na Escola Juan Pedro Esnaola, possui 30 anos de difusão do Chamamé pelo mundo apresentando-se em vários países como: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Portugal, Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha e República Tcheca.
Venceu como melhor instrumentista o festival de Cosquin em 1996 com uma música autoral. Ganhou o prêmio Revelação da música Ramallo Porá e o prêmio Carlos Keen como melhor instrumentista e grupo musical e no mesmo ano, em 1996, venceu o Festival Nacional del Chamamé de Federal, Entre Ríos (AR) e o prêmio Açorianos de música 2022 com o álbum (L)ESTE na categoria de melhor arranjo.
Pesquisa as origens musicais do ritmo Chamamé, preocupando-se com a identidade do gênero, devido a isso, em 2021 publica o Livro bilíngue: “A origem do Chamamé” junto com a historiadora e produtora cultural Magali de Rossi sendo este um dos mais vendidos na Amazon Brasil na categoria artes daquele ano.
Realizou turnês com artistas como: Chango Spasiuk, Raúl Barboza, Os Fagundes, Elton Saldanha e Shows com nomes brasileiros como Luiza Possi. Como solista, tocou com a Orquestra Sinfônica de Mato Grosso do Sul e Orquestra de Câmara Versatellis.
Gravou com nomes argentinos como o grupo de rock “Los Piojos” nos álbuns “ Tercer Arco” e “Azul” nas músicas “Todo Pasa”, “Don't say tomorrow”, “Vals inicial” e “Y qué más” e com Luiza Calcumil, Raúl Barboza, Antonio Ríos, dentro outros.
Em 2023, tornou-se o primeiro acordeonista chamamecero a tocar na Library of Congress, Edifício Thomas Jefferson - Auditório Coolidge em na capital dos EUA, Washington D.C e palestrar sobre o Chamamé em universidades de excelência em pesquisas musicológicas como Georgetown University em Washington, D.C. e George Mason University em Fairfax, VA.
Conceituado pelo Norte Americano Mark Brill, PHD em música da Universidade do Texas - EUA, no livro “Music of Latin America and the Caribbean”, como um dos três principais acordeonistas do gênero.
(L)ESTE: CHAMAMÉ E MÚSICA BARROCA
LESTE é um crossover entre o ritmo Chamamé e a música barroca - projeto inédito, o primeiro gravado neste estilo, em que o Chamamé dialoga com sua origem erudita. Composto por oito faixas, o álbum foi gravado ao vivo na Igreja La Salle em Canoas (RS), e busca representar a estética sonora de uma igreja missioneira. Toda a ambiência possui o propósito de conectar a uma caverna onde o homem primitivo começou a fazer música.
A orquestração é composta por uma orquestra de câmara barroca, com instrumentos de época como cravo, oboé, viola da gamba, violoncelo, primeiro e segundo violino, além dos instrumentos musicais populares do Chamamé como violão de sete cordas, contrabaixo e acordeão e a incorporação de percussão.
Entre os músicos que participam do projeto, estão especialistas reconhecidos em seus naipes, como Diego Schuck Biasibetti, no violoncelo e viola da gamba; Javier Baldinder, no Oboé; e Giovani dos Santos e Marcio Cecconello, nos violinos, além de Fernando Cordella, ao cravo.
Além das composições autorais de Brittes, o álbum conta com duas sonatas barrocas compostas no século 17 pelo Padre Jesuíta Domenico Zipoli, e a última faixa, “Rio acima”, criada pelo violonista André Ely. Nas músicas “Amanece”, “Gotas de verano” e “Vientos del Este”, Brittes compartilha a autoria com o acordeonista Odair Teixeira. Já “Caiboaté”, é compartilhada com André Ely, bem como o tema “El viento y las hojas”, que também tem autoria de Lucas da Rocha.
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Raphaela Donaduce Flores
Jornalista
Dona Flor Comunicação