Mostra Siron Franco - Armadilha para capturar sonhos oferece oficinas gratuitas de experimentação artística a partir deste sábado

Em cartaz no Farol Santander Porto Alegre até o dia 22 de outubro, exposição inédita do artista goiano apresenta 63 pinturas, além de vídeos e documentário que resgatam sua trajetória

Quatro atividades serão oferecidas aos sábados, dias 16 e 23 de setembro, com inscrições prévias para público a partir dos 12 anos

Nos dias 16 e 23 de setembro, sábados, a equipe educativa da exposição Siron Franco – Armadilha para Capturar Sonhos, em exibição no Farol Santander Porto Alegre, apresenta a ação educativa 4 Exercícios para Capturar Sonhos, uma sequência de oficinas de experimentação artística baseadas nos elementos e nas composições gráficas do universo pictórico do artista goiano Siron Franco.

Durante as atividades, são propostas aproximações com a obra de Siron, utilizando as técnicas de colagem, stencil, carimbos e composição gráfica. O objetivo é incentivar criações de composições visuais que incorporem os elementos estilísticos, as cores e as temáticas características das pinturas do artista, partindo da observação de suas pinturas e as mensagens sociais e emocionais que seus trabalhos transmitem.

As ações são destinadas ao público em geral, a partir dos 12 anos de idade, sem necessidade de conhecimento prévio em nenhuma das técnicas relacionadas. No dia 16, serão exploradas as técnicas de colagem, às 10h30, e de stencil, às 14h. Já no dia 23, o foco serão os carimbos, às 10h30, e a composição gráfica, às 14h.

Cada oficina é composta de uma visita mediada à exposição e uma atividade com duração de 1h. As inscrições são gratuitas e o preenchimento do formulário (https://forms.gle/QLfioPnogQNQzM1YA) também assegura a entrada na exposição com gratuidade. As vagas são limitadas e o prazo para inscrição se encerra um dia antes de cada oficina.

Haverá a emissão de certificados de participação. As ações educativas contam também com intérprete de Libras sob demanda.

A exposição tem patrocínio do Santander, através da Lei Rouanet / Ministério da Cultura.

SERVIÇO
Ação educativa 4 Exercícios para Capturar Sonhos - oficinas de experimentação artística

Sábado, 16 de setembro
10h30 – Oficina de colagem
14h – Oficina de stencil

Sábado, 23 de setembro
10h30 – Oficina de carimbos
14h – Oficina de composição gráfica

Local: Farol Santander (Rua Sete de Setembro, 1028 - Centro Histórico - Porto Alegre – RS)

Inscrições
Gratuitas, mediante preenchimento do formulário: https://forms.gle/QLfioPnogQNQzM1YA.
O preenchimento do formulário também assegura a entrada na exposição com gratuidade.
Prazo para inscrição: até 1 dia antes da oficina

Informações adicionais: educativo.siron@gmail.com

Exposição Siron Franco - Armadilha para Capturar Sonhos
Artista: Siron Franco
Curadoria: Gabriel Pérez-Barreiro
Período de visitação: de 16 de agosto a 22 de outubro de 2023
Horário: Terça a sábado, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 11h às 18h. Último acesso para visitação 1h antes de fechar o espaço.
Ingressos: R$ 17,00 (inteiro) e R$ 8,50 (meia-entrada)
Pontos de venda: no site https://www.farolsantander.com.br/#/poa e no local

Agendamento de grupos e escolas:
https://www.sympla.com.br/evento/agendamento-de-visitas-de-grupos-somente-de-tercas-a-sextas-ao-farol-santander-porto-alegre-2023/1844178

Sobre a exposição
A exposição Siron Franco - Armadilha para Capturar Sonhos apresenta um conjunto de 63 pinturas em grandes formatos que percorre cinco das seis décadas de produção do artista goiano, considerado um dos mais importantes e produtivos do país, reconhecido internacionalmente.

Com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro, a mostra é composta por sete núcleos expositivos que agrupam as obras a partir dos temas Cosmos, Segredos, Mitos, Homem, Biomas, Violência e Césio. Cada núcleo apresenta também um breve vídeo com o próprio artista comentando cada um dos temas e seu processo de trabalho. Além das pinturas, a exposição exibe o documentário Siron. Tempo Sobre Tela (Brasil, 2019, 91 min), filme dirigido por André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos. Com foco no tempo que brota da interação de um arquivo pessoal inédito com novas filmagens, o documentário ilumina a personalidade inquieta e a mente criadora do artista, encadeando pensamentos e memórias em associações inusitadas e reveladoras.

Muitas das obras que fazem parte da exposição estão sendo mostradas pela primeira vez ao público, como A Grande Rede, pintura realizada em 2023. Elas fazem parte da coleção particular de arte contemporânea de Justo Werlang. Na abertura da exposição, em 15 de agosto, foi lançado o livro das obras de Siron Franco presentes na coleção, incluindo objetos, esculturas e pinturas, além de entrevistas e textos inéditos de Gabriel Pérez-Barreiro, Cauê Alves e Angel Calvo Ulloa. Com cerca de 250 páginas, a publicação da editora Cosac Naify tem coordenação editorial de Charles Cosac, Fabiana Werneck e Gabriel Pérez-Barreiro.

A linguagem visual de Siron oscila entre a figuração (em que as imagens são apresentadas com clareza) e as abstrações (em que a pintura não representa objetos do mundo, mas cria uma impressão geral e uma energia). Suas pinturas são frequentemente constituídas de muitas camadas que se sobrepõem, escondidas pela camada mais superficial e visível aos olhos do espectador.

A mostra pode ser conferida até o dia 22 de outubro, com visitação de terça a sábado, das 10h às 19h, e nos domingos e feriados, das 11h às 18h - último acesso sempre uma hora antes de fechar o espaço. Os ingressos custam R$ 17 no valor inteiro e R$ 8,50 para quem tem direito a meia-entrada e podem ser adquiridos no site https://www.farolsantander.com.br/#/poa e no local (Rua Sete de Setembro, 1028).

Sobre o artista
“Não consigo ficar sem pintar, sem criar, porque para mim não importa como a criação vem. Às vezes, eu me impulso só com uma frase. Não importa a forma que a pintura cobre, porque ela é meu grande rio, e os restantes das linguagens são afluentes”, disse Siron Franco em entrevista para o curador espanhol Angel Calvo Ulloa.

Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte (nascido Gessiron Alves Franco, em Goiás Velho, Goiás, em 1947), Siron Franco tem uma produção artística de predominância pictórica, em que mescla ora num vocabulário surrealista, ora com abstrações ainda passíveis de identificação alegórica, comentários críticos sobre problemas sociais e personagens da cultura pop e do cerrado goiano.

Em 1959, aos 12 anos, passa a frequentar como ouvinte as aulas do curso livre de artes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), onde permanece até 1964. Simultaneamente aos seus estudos informais, Siron executa diversos retratos e paisagens do cerrado para a elite de Goiânia, a fim de arcar com os custos do curso e auxiliar a vida doméstica, e investe numa figuração gráfica grotesca e criticamente caricatural.

Em 1968 é contemplado com o Prêmio de Desenho da Bienal da Bahia, mudando-se no ano seguinte para São Paulo, onde reside até 1971. Em 1974 recebe o prêmio de melhor pintor nacional na 12ª Bienal Nacional de São Paulo, participa também da 13ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1975, com 13 telas da série Fábulas do Horror.

A série mais conhecida do artista, e que desencadeia uma mudança paradigmática em sua produção, é o conjunto de obras ligadas ao acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia, em setembro de 1987. Como resultado de seu estado de indignação pela demora no atendimento aos contaminados e na contenção dos danos causados pela radiação, o artista produz telas, desenhos e esculturas em que há uma economia de elementos de fundo e um destaque às pontuais imagens que funcionam como alegorias a tragédia radioativa, principalmente, o uso do amarelo fosforescente em menção à letalidade da substância e da terra retirada diretamente do entorno da cidade de Goiânia.

Após esse evento trágico, sua produção toma um rumo de militância política. O artista passa a elaborar monumentos e ações poético-críticas, transitando desde os tópicos das violações aos direitos civis até os problemas ecológicos e o genocídio histórico das comunidades indígenas.

Ainda que com predomínio da pintura em sua obra, a produção de Siron Franco tem uma variedade técnica e material bastante rica, coerente com seus temas, que seguem das crônicas do cotidiano à crítica às fissuras sociais, com enfoque considerável na contingência do entorno de Goiás, com sua população laboral e indígena.

Sobre o curador
Gabriel Pérez-Barreiro é curador e historiador de arte, doutor em História e Teoria da Arte pela Universidade de Essex/Reino Unido e mestre em Estudos Latino-Americanos e História da Arte pela Universidade de Aberdeen/Reino Unido. De 2008 a 2018 foi diretor e curador chefe da Coleção Patrícia Phelps Cisneros, Nova York/EUA, onde atualmente trabalha como conselheiro técnico e estratégico. De 2002 a 2008 foi curador de Arte Latino-Americana no Blanton Museum of Art, Universidade do Texas, em Austin/EUA. De 2000 a 2002 foi diretor de Artes Visuais no The Americas Society, Nova York/EUA. Foi também coordenador de projetos e exposições da Casa de América (Madri/Espanha) e Curador Fundador da Coleção Essex de Arte Latino-Americana da Universidade de Colchester/Reino Unido. Em 2007, sua exposição Geometry of Hope foi reconhecida como a melhor exposição nacional pela seção norte-americana da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA). Tem publicado livros e artigos sobre a história da arte iberoamericana e profere conferências e palestras em diversas universidades. É membro do coletivo ESTAR(SER) - the Esthetic Society for Transcendental & Applied Realization.

No Brasil, Pérez-Barreiro atuou como curador-chefe da 6ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre (2007), curador-chefe da 33ª edição da Bienal Internacional de São Paulo (2017/2018) e curador da representação brasileira na 58ª Bienal de Veneza (Itália, 2019). Foi também conselheiro da Fundação Iberê.

Sobre o Farol Santander Porto Alegre
Criado para relembrar o passado, marcar o presente e iluminar o futuro, o Farol Santander Porto Alegre completou quatro anos em março de 2023. Neste período, recebeu 13 exposições de artes visuais, em diversas temáticas, com artistas nacionais e internacionais, divididas entre os espaços do Grande Hall e do Mezanino. Em 2022, o Farol Santander Porto Alegre ampliou sua atuação cultural com concertos de música clássica e popular, além de espetáculos de dança.

Projetos conectados à gastronomia, como o Restaurante PopUp!, além de inovações culturais como o Extensões e o Farol.Live, também passaram a ocupar o edifício no Centro da capital gaúcha. Ainda em 2022, o Farol Santander Porto Alegre marcou presença como uma das instituições participantes da Bienal do Mercosul 2022.

O histórico prédio, construído na década de 1930 e tombado pelo patrimônio histórico e artístico estadual, também possui atrações permanentes. No subsolo, a exposição fixa Memória e Identidade apresenta a história da cidade, do prédio e da política monetária brasileira. Também no subsolo, a outra mostra permanente, Os Dois Lados da Moeda, conta com um importante acervo de numismática do Rio Grande do Sul, propondo uma analogia entre as moedas “oficiais" e "não oficiais" que circulavam na região. Nas laterais da sala é contada a evolução da moeda oficial do estado brasileiro.

Além dos espaços já citados, o Farol Santander Porto Alegre conta ainda com duas arenas para discussões e debates acerca de temas como cultura e gastronomia. O subsolo do prédio ainda oferece aos visitantes o Kofre Café e o restaurante Moeda.

Fonte Jéssica Barcellos
Foto Carlos Stein/VivaFoto