“Meu coração sempre me avisa” conta com as participações de Analu Sampaio, Roberto Menescal e Paulo Braga
A batida do violão de João Gilberto aliado a um canto suave marcou o surgimento da Bossa Nova, que, em 2023, completa 65 anos. A data, não por acaso, marca o aniversário de Tom Jobim.
Passadas seis décadas, a Bossa ainda encanta plateias, até muito mais no exterior que no Brasil. “De Frank Sinatra a Billie Eilish, centenas de compositores e intérpretes foram conquistados pelas harmonias sofisticadas e pela sutileza interpretativa características do gênero que, há muito tempo, já conquistou o seu lugar definitivo no mundo e levou a música brasileira a um patamar que nunca havia sido alcançado”, diz a escritora Bruna Ramos da Fonte, autora do livro Essa Tal de Bossa Nova.
Musicalmente, a Bossa Nova traz o samba em seu DNA. Outros estilos foram se encaixando no estilo, entre eles o cool jazz do trompetista Chet Baker, a guitarra limpa e suave de Barney Kessel e as criações de impressionistas franceses, como Debussy e Ravel, sem falar na influência vocal de Frank Sinatra, Julie London e Ella Fitzgerald.
“Trouxemos para o movimento três coisas básicas: novas harmonias mais elaboradas, novas letras de música calcadas, principalmente, em coisas pra cima, esperançosas, evitando sempre aqueles lamentos dos sambas-canção, e, por fim, as batidas do violão que a gente fazia e não ficava feliz até que João Gilberto trouxe a dele e tudo arredondou”, resume Roberto Menescal, um dos pais da Bossa Nova e que participa do novo single do pianista João Maldonado, “Meu coração sempre me avisa”.
A música, que será lançada no dia 1º de setembro (sexta-feira) em todas as plataformas de streaming, conta, ainda, com as participações da jovem cantautora Analu Sampaio e do baterista Paulo Braga, que também faz parta da história da Bossa Nova. Completam o time o baixista Luciano Albo e o flautista Franco Salvadoretti.
“Meu coração sempre me avisa” estará no próximo álbum de Maldonado em homenagem à Bossa Nova, previsto para o final do ano, trazendo diversos convidados para esta celebração, como Quarteto do Rio – cantando música de João Maldonado e Paulo Mello (baixista do Taranatiriça) e Antonio Villeroy – interpretando uma de suas canções nunca gravadas –. O single enfatiza os artistas que iniciaram o movimento e faz citações que ativam a memória afetiva e remetem aos seus maiores clássicos. Tudo veio despretensiosamente.
“‘Meu coração sempre me avisa’ surgiu em 2021, literalmente, de um sonho que tive. Acordei de madrugada com a letra toda na cabeça para escrever e gravar. Ela ficou guardada este tempo para ser maturada e aguardar o momento certo e as pessoas certas para gravarem. Tudo se consolidou justamente no ano em que a Bossa Nova celebra 65 anos”, conta Maldonado.
FICHA TÉCNICA
MEU CORAÇÃO SEMPRE ME AVISA
João Maldonado: composição, letra, música, piano, voz e arranjos
Analu Sampaio: voz
Roberto Menescal: violão
Paulinho Braga: bateria
Luciano Albo: baixo e arranjos
Franco Salvadoretti: Flauta
Estúdio Soma (Porto Alegre): Juliano Maffessoni
Estúdio Marini (Rio de Janeiro): Mauro Araújo
Estúdio La Maison (Rio de Janeiro): Didier Fernan
Estúdio Cegonha (Porto Alegre) | Engenheiro de som, mixagem e masterização: Luciano Albo
Selo: Loop Discos
Com informações sobre a Bossa Nova no site da Abramus, com texto de Sérgio Martins: https://www.abramus.org.br/noticias/20578/bossa-nova-65-anos-e-cada-vez-mais-jovem/
Fonte: Roberta Amaral | Jornalista
Fotos Nilton Santolin, Alex Vitola, Marcelo Nunes