Em 23 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Livro. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1995, com o objetivo de fomentar a prática da leitura. Pensando nisso, para homenagear o livro e todos os amantes de uma boa leitura, a Editora Unesp traz uma lista de dez livros sobre livros que vale a pena conhecer.
Editar e traduzir Mobilidade e materialidade dos textos (séculos XVI-XVIII)
Autor: Roger Chartier | Páginas: 408 | R$ 88
São muitos os agentes que, de alguma forma, interferem no processo de produção dos livros. No circuito editorial da Europa moderna, o texto do autor materializado em obra só chegava às mãos do leitor após passar por diversos intermediários: censores, copistas, editores, impressores, revisores etc. Sabendo disso, Roger Chartier nos convida à seguinte investigação histórica: examinar o problema da mobilidade das obras do ponto de vista da tradução dos textos entre os séculos XVI e XVIII. E aqui, vale notar o sentido abrangente do termo: tradução com significado não apenas de passagem das palavras de uma língua a outra, mas também de "translação", isto é, qualquer tipo de mudança verificada nos textos (e, por conseguinte, nas obras) ao longo de suas sucessivas versões, até mesmo nos registros de uma mesma língua.
As guerras do livro: A revolução digital no mundo editorial
Autor: John B. Thompson | Páginas: 575 | R$ 124
É notório que a indústria e o mercado editorial enfrentam seu maior desafio desde Gutenberg. Escrito em meio ao calor dos acontecimentos, este livro conta a história das turbulentas décadas em que a indústria de publicação de livros colidiu com a grande revolução tecnológica de nosso tempo.
Pirataria e publicação: O comércio de livros na era do Iluminismo
Autor: Robert Darnton | Páginas: 540 | R$ 94
Na obra, Robert Darnton volta seu olhar a um grupo de editores europeus que se dedicava a publicar e distribuir versões pirateadas de célebres autores franceses. O autor oferece uma visão panorâmica do mundo da escrita, publicação e venda de livros na França pré-Revolução, com um olhar vibrante e detalhado de uma indústria competitiva em busca de constante reinvenção e de tornar-se lucrativa. O livro revela como e por que a pirataria levou o Iluminismo a todos os cantos da França, alimentando as ideias que culminariam em revolução.
A formação da leitura no Brasil
Autoras: Marisa Lajolo e Regina Zilberman | Páginas: 468 | R$ 84
Marisa Lajolo e Regina Zilberman apresentam aqui um traçado consistente do nascimento, da consolidação e das transformações das práticas de leitura da sociedade brasileira, sem ignorar o fato de que cada época, cada obra e cada autor trazem consigo características próprias. Por esse viés, acompanhamos, fascinados, o amadurecimento do leitor – o que, por consequência, também nos esclarece sobre as conexões intrínsecas entre o universo fantasioso (e fantástico) da literatura e o mundo social em que habitamos.
A mão do autor e a mente do editor
Autor: Roger Chartier | Páginas: 354 | De R$ 60 por R$ 42
Nos ensaios que compõem este livro, Chartier – dialogando com autores como Braudel, Febvre, Ricouer e Freud – analisa esses processos, abordando as continuidades e rupturas em relação ao tratamento que é dado aos livros nas editoras dos dias atuais. O cuidadoso exame de palavras, sentenças, pontuação e traduções emoldura o quadro da produção do livro através do tempo.
História de livros perdidos
Autor: Giorgio van Straten | Páginas: 115 | R$ 46
Este livro conta a jornada em busca de oito livros perdidos, livros quase míticos: todos aqueles que os procuram estão certos de que existem e de que vão encontrá-los, mas ninguém realmente tem provas concretas e conhece rotas seguras até eles. Muitas vezes, as pistas são fugazes e a esperança de encontrar essas páginas é mínima. Mesmo assim, a viagem vale a pena.
A técnica do livro segundo São Jerônimo
Autor: Dom Paulo Evaristo Arns | Páginas: 248 | R$ 99
Este livro descreve com exatidão filológica o longo processo de composição da escrita. Estuda toda uma série de elementos que vão desde o tipo de suporte usado (o papiro, o pergaminho, as tabuletas de cera com o estilete), até, na outra ponta, aspectos ligados à difusão da obra, passando metodicamente pelas etapas da redação e das várias modalidades de edição.
História da leitura
Autor: Steven Roger Fischer | Páginas: 472 | R$ 84
Apesar de a leitura e a escrita estarem plenamente relacionadas, a leitura é, na verdade, a antítese da escrita. Cada uma ativa regiões distintas do cérebro. A escrita é uma habilidade, a leitura, uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração, a leitura desenvolveu-se com a compreensão mais profunda pela humanidade dos recursos latentes da palavra escrita. A história da escrita foi marcada por uma série de influências e refinamentos, ao passo que a história da leitura envolveu estágios sucessivos de amadurecimento social.
Mercadores de cultura
Autor: John B. Thompson | Páginas: 480 | R$ 98
O mercado editorial vive tempos turbulentos. Durante aproximadamente cinco séculos, os métodos e as práticas de publicação de livros permaneceram os mesmos. Porém, na aurora do século XXI, a indústria de livros talvez tenha chegado diante de seus maiores desafios desde Gutenberg. Uma conjunção de pressões econômicas e mudanças tecnológicas vem forçando as editoras a alterar suas práticas e a refletir profundamente sobre o futuro dos livros na era digital.
O amor às bibliotecas
Autor: Jean Marie Goulemot | Páginas: 248 | R$ 62
O professor Jean Marie Goulemot é um ávido leitor e também um grande frequentador de bibliotecas. Assim, nesta obra praticamente autobiográfica, que remonta às suas principais lembranças, ele nos relata suas andanças por bibliotecas da França, Espanha e Estados Unidos. Traz, portanto, uma narrativa desses caminhos percorridos, mas também serve de mote para que debata sua visão romântica dessas instituições. Goulemot discute e defende a prática da leitura pública, dos espaços comunitários em que indivíduos com sede de conhecimento se reúnem para ler. Por isso critica, de certa forma, o uso da tecnologia nesses ambientes, que estaria criando um processo de distanciamento social diante da consulta a distância de livros. Com o intuito de cativar o leitor para levá-lo a locais de relação com o livro e com outros curiosos, este ensaio é um convite às bibliotecas em qualquer lugar do mundo.
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Foto: Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (divulgação UNESP)