Dia da saúde e da nutrição acende alerta para importância de uma alimentação saudável, aliada a prática regular de atividades físicas

De acordo com um estudo sobre A Epidemia de Obesidade e as DCNT - Causas, custos e sobrecarga no SUS, realizado por uma equipe formada por 17 pesquisadores de diversas universidades do Brasil e uma do Chile, a perspectiva é que os brasileiros estejam cada vez mais acima do peso em 2030: a prevalência de excesso de peso pode chegar a 68%, ou seja, sete em cada 10 pessoas, e a de obesidade a 26%, ou uma a cada quatro.

De acordo com o professor de educação física, especialista em emagrecimento e criador do método 40+, Zanon Macedo, esse dado alarmante se agravou ainda mais com a pandemia. “Muitos se viram em casa, sem praticar uma atividade física sequer, piorando sua qualidade de alimentação. O que eu vejo entre algumas pessoas que procuram o meu programa de exercícios físicos é que não há ânimo para começar, mas quando começam a adotar hábitos saudáveis, os benefícios vão além dos estéticos: melhora qualidade de vida, fôlego, autoestima, ânimo para viver e até relacionamento com amigos e parceiros”, diz.

A médica da família, diretora técnica da Higia Clinic, Marcia Simões, (CRM 33207), lembra que a obesidade saudável é um mito. “Um corpo acima do peso possui um excesso de gordura corporal que geralmente se encontra inflamado e propenso a doenças. É possível fazer um check-up sanguíneo e encontrar resultados que não são diagnósticos clássicos de doença, porém os problemas ligados à obesidade não aparecem de uma hora para a outra, toda doença ou alterações não saudáveis tem o seu tempo de desenvolvimento”, explica. “A obesidade é uma doença que precisa ser tratada. Ela é responsável pelo desenvolvimento de outras doenças, como as cardíacas, hipertensão e diabetes”, afirma a médica.

Uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regular garante uma vida com mais saúde, e combate a obesidade. “Consumir mais verduras, legumes, comidas não processadas, in natura, preparadas em casa, já garante uma melhor alimentação”, alerta.

Além do corpo, a saúde mental é muito afetada pela alimentação e pela atividade física. A serotonina e dopamina são hormônios responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar do organismo. Elas podem ser liberadas por meio de uma atividade física extenuante, como corrida, HIIT, entre outras práticas de alto gasto calórico e elevação do batimento cardíaco, mas também pode ser liberada por meio da ingestão de alguns alimentos, como ovos, peixes, chocolate amargo, entre outros, que contribuem para a produção desses hormônios e influenciam diretamente no humor diário. “Certos nutrientes são importantes na prevenção da depressão e devem ser consumidos diariamente. Eles ajudam no controle de peso e no bom funcionamento do intestino, essenciais também para a saúde e bem-estar diário”, afirma Márcia. Na lista, alimentos ricos em triptofano e ômega três, como carnes, peixes, ovos, oleaginosas, abacate, couve-flor, banana, grão-de-bico entre outros. “A ingestão de magnésio, encontrado na aveia, castanhas, amêndoas, arroz integral, entre outros, também contribui diretamente no combate à depressão.”

Na atividade física, Zanon afirma que não precisa de muito tempo para ver resultados positivos. “Treinos bem feitos em 20 minutos já são suficientes para elevar a frequência cardíaca e liberar endorfina. E não pode ter desculpa: se não dá para ir à academia, faz em casa, no quintal, na sala ou no quarto. O importante é adotar o hábito, colocar como prioridade sua saúde e não parar”, finaliza o professor.