Há tempos tenho o prazer de acompanhar a produção do artista Douglas Fischer, que gentilmente disponibilizou material inédito sobre Nova York, no qual percebi inspiração Noir, e assim o contextualizei. Recomendo: @douglasfischer_fotografia
FOTOGRAFIAS DE DOUGLAS FISCHER
Embora a figura humana também lhe seja de interesse, Douglas Fischer tem especial apreço pelas cidades cosmopolitas como Paris e Madri, temas de sua pesquisa na arte da fotografia. Nova York é objeto frequente das lentes deste artista que, sem desconsiderar sua arquitetura histórica e o peculiar dinamismo urbano contemporâneo, a transcreveu recentemente na série potente e elegante Nova York Noir.
Nova York, assim como outras cidades cosmopolitas, conserva registros de sua transformação urbana, e possibilita interagirmos com fragmentos pertinentes a distintas épocas: singelos monumentos e edificações remanescentes de períodos pretéritos; a monumental e arrojada arquitetura de aço e vidro do início do século XX riscando o céu; bem como as soluções técnico-construtivas adotadas na atualidade, considerando a crise climática. Nova York relaciona o passado ao presente na formatação desse mosaico plural e cosmopolita, a definir o habitat urbano enquanto construção dinâmica, coletiva, território em transformação.
Absorto aos aspectos usualmente despercebidos pelos turistas menos atentos, Douglas Fischer desenvolveu sua pesquisa recente na arte da fotografia sob ótica muito particular, submergindo Nova York na atmosfera Noir — conceito muito em voga na produção cinematográfica hollywoodiana das décadas de 1940 e 1950, bem como alusivo ao cenário pulsante e sombrio do cinema expressionista alemão. Sem a descontextualizar dos elementos arquitetônicos peculiares constituidores de sua rica história, a série Nova York Noir ressignifica ícones como o Empire State Building subjugado àquela atmosfera onírica, as ruas são igualmente transcritas num clima tenso, constituindo um cenário intrigante com acentuada dramaticidade.