Fábio André Rheinheimer revisita sua trajetória como artista com exposição na AZ Galeria

Portfólio abre no dia 5 de outubro, às 11h, e pode ser visitada até 5 de novembro, na rua Casemiro de Abreu, 1412, bairro Bela Vista

Nos últimos 37 anos, o artista visual, arquiteto e curador Fábio André Rheinheimer tem mergulhado em uma pesquisa em fotografia, desenho, pintura e objetos tridimensionais. Dessa imersão, surgiram as famosas séries Waterfall, Planeta Vermelho e A Mãe do Ouro, produzidas em sequência na técnica desenho (grafite, lápis aquarela sobre papel); A Tempestade, outra série de fotografias impressas em tecido; e esculturas em acrílico cortadas a laser. Agora, esse conjunto estará reunido na exposição Portfólio, que inaugura no dia 5 de outubro (sábado), na AZ Galeria. A visitação ocorre até o dia 5 de novembro, de segunda a sexta, das 10h às 19h e, sábado, das 10h às 14h.

"Celebrando um percurso de quase quatro décadas, esta exposição apresenta um conjunto de obras representativas em minha produção. Concluo, assim, uma etapa importante em minha trajetória, revendo e refletindo sobre técnicas e temas que muito me inspiraram. Celebro essa caminhada, bem como a continuidade desse ciclo infinito das artes, em que se faz imprescindível mirar com acurada atenção outras possibilidades do fazer artístico que possam advir", diz o artista.

Com curadoria de Paulo Amaral, foram selecionadas 20 obras produzidas entre 2012 e 2024, período em que Rheinheimer se apropria de materiais e formatos distintos e mergulha na sobreposição, criando possibilidades no universo das artes.

“As primeiras obras de Fábio André Rheinheimer conheci em 2017, quando o convidei a expor nas Salas Negras do MARGS, do qual eu era diretor. A exposição, que tinha por título “Planeta Vermelho”, originária de outra série do artista denominada Waterfall, era composta por desenhos muito densos e primorosos, feitos com lápis de cor, aquarela e grafite sobre papel, exprimindo, pela qualidade dos sombreamentos, a volumetria daquilo que eu entrevia como panos dobrados. A lembrança daquelas imagens, em similitude, me vinha inculcada desde muitos anos antes, quando visitei a ala egípcia do Metropolitan Museum de Nova York, onde, numa pequena vitrine, se encontram expostos linhos egípcios meticulosamente enrolados, ainda em sua alvura original e aparentemente intactos. Pela idade daquelas raridades, algo como quatro mil anos, e por sua incrível conservação, a imagem dos linhos induzia à ideia de um milagre, algo de sacro em minha imaginação. Então, essa densidade no desenho de Fábio e a leveza dos linhos egípcios, como penso (e que tem muito a ver uma com a outra) provocaram em mim a ideia de eu estar em frente a um só objeto, apesar de estarem espaçados em sua produção por algumas eras. Aqui é como se uma fosse a releitura da outra. Outra série produzida pelo artista, agora em fotografias impressas sobre tecido, resultantes de uma só pintura em acrílico, com sucessivas mutações sobre si mesma, leva o nome de “A tempestade”, lembrando gestuais dramáticos como os acordes do movimento homônimo (4º) da Sinfonia Pastoral de Beethoven. Numa apresentação mais recente, Fabio apresenta a série “Naves Poéticas” que, em crescendo visual, desemboca nos “Pontos de Luz”, em que se utilizam acrílico rígido e outros elementos compositivos como suportes de lâmpadas LED. Esta última fase já traz em si um caráter utilitário. É nessa pluralidade das experimentações em sua trajetória de artista, e, também, na de curador de artes que ele exerce regularmente, revela um artista dinâmico e versátil, movido por rica imaginação e maestria no trato das técnicas que aborda”, escreve Paulo Amaral.


SOBRE A AZ GALERIA
Em 2012, a artista plástica e empresária Angela Zaffari inaugurou a AZ Galeria em Bagé, inicialmente com uma proposta de expor os próprios trabalhos. Em pouco tempo, o espaço já contava com exposições de outros artistas que acreditaram na ideia de levar adiante uma galeria no interior do Rio Grande do Sul.

Em 2020, após sentir a demanda do mercado, ela resolveu inovar e criou um conceito inovador de galeria e loja à AZ Galeria. No local, além de um amplo acervo de arte, oferece uma linha exclusiva de estofados, mobiliário, tapetes, tecidos e objetos de decoração.

Em julho do ano passado, Angela inaugurou em Porto Alegre, sua cidade natal, um espaço com o mesmo conceito: uma loja ampla e aconchegante, localizada em uma bela casa na Rua Casemiro de Abreu, no bairro Bela Vista. O projeto leva a assinatura do arquiteto Francisco Pinto.

SERVIÇO
Exposição Portfólio
Artista: Fábio André Rheinheimer
Curador: Paulo Amaral
Onde: AZ Galeria (rua Casemiro de Abreu, 1412, bairro Bela Vista)
Abertura: 5 de outubro | Sábado | 11h
Visitação: até 5 de novembro | Segunda a sexta, das 10h às 19h e, sábado, das 10h às 14h

Via Beta Amaral
Fotos Carlinhos Rodrigues/Regina Peduzzi Prostkof/Juliana Baratojo