"Carmen", de Bizet, retorna ao Teatro São Pedro, dias 6 e 7 de abril

A maior obra do compositor francês abre a programação da CORS em 2024, que também anuncia a estreia de L’Elisir d’Amore, uma ópera-bufa em dois atos de Gaetano Donizetti, com libreto de Felice Romani, em junho. Este ano, a Companhia leva Gala Lírica para Dois Irmãos e A Flauta Mágica a São Leopoldo

Via Roberta Amaral | Jornalista

Foto Vitoria Proença

Após o sucesso de Carmen no Theatro São Pedro, com ingressos esgotados em 24 horas, a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul – CORS retorna ao mesmo palco com uma das óperas mais famosas de todos os tempos de Georges Bizet. Estão programadas duas récitas: 6 de abril (sábado), às 20h, e 7 de abril (domingo), às 18h.

Considerada a primeira ópera realista, Carmen estreou em Paris, em 1875. A obra de Bizet teve um início complicado: sua crueza chocou as primeiras plateias, que estavam habituadas a espetáculos mais tradicionais e moralistas. A história, dividida em quatro atos, acompanha a jovem cigana Carmen (Camila Umpiérrez), que seduz o cabo Don José (Maicon Cassânego). Após conquistá-lo, ela volta para os braços do toureiro Escamillo (Roger Nunes), sobre quem pesa uma profecia de morte. Inconformado, Don José confronta a cigana, terminando por assassiná-la.

O enredo rico em drama, violência e comédia é embalado pelas composições grandiosas de seu autor, que serão executadas pelo pianista Patrick Menuzzi e pelo coro formado Bruno Mezzomo, Cecília Salatti, Cristiano Mariotti, Gaia Schenini, João Ferreira Filho e Paula Schwartz. Sérgio Sisto assina a direção musical da ópera.

Sobre a montagem

A ambientação original da Sevilha da década de 1820 é trazida para os dias de hoje. Carmen se transforma na cantora de uma casa noturna, enquanto Escamillo é um famoso cantor de ópera vindo de Granada. Já o guarda Don José leva uma vida pacata ao lado da namorada Micaela até abandoná-la por Carmen.

Buscando dar maior intensidade dramática à história, o diretor cênico Carlos Rodriguez fez alterações na partitura, cortando ou adaptando a maioria dos coros, por exemplo. “O dueto de amor de Don José com Micaela antecede a famosa ‘Habanera’ cantada por Carmen, para criar uma narrativa que apresenta a vida pacata, quase monótona, do cabo antes do momento em que conhece o “furacão” Carmen, que modifica sua vida para sempre. A partir daí a história vai num crescendo rumo ao seu desfecho, sem ‘distrações’ na exposição dos acontecimentos”, explica.

Além de assinar a direção cênica e concepção do espetáculo, Rodriguez também é responsável pelos figurinos. Os cenários de Yara Balboni ajudam a atualizar a trama. A coreógrafa Andressa Pereira criou um balé especialmente para esta montagem com a intenção de jogar a luz de Veridiana Mendes na infância miserável de Carmen.

“A abertura da temporada da CORS retoma um grande sucesso do ano passado, planeja uma nova montagem para junho e circula pelo Estado com seus títulos em repertório. Em janeiro, estivemos em Pelotas com Pagliacci e ainda levaremos A Lenda e Flauta Mágica para mais duas cidades da Região Metropolitana. Os três pilares da Companhia atendidos: temporada regular no Theatro São Pedro com duas óperas no semestre, circulação pelo RS levando ópera para todos e formação continuada com a confirmação da 3ª edição do Ópera Estúdio pela SEDAC, em parceria cultural com a OSPA e com o Theatro São Pedro”, desta Flávio Leite, presidente da CORS.

A Companhia apresenta, ainda, nos dias 2, 14, 15 e 16 de junho, no Theatro São Pedro sua nova produção L’Elisir d’Amore, de Gaetano Donizett. Composta em poucas semanas no início de 1832, tornou-se uma das óperas mais encenadas do repertório. Com a leveza proporcionada pelo humor, a obra celebra o triunfo dos sentimentos naturais e sinceros, inscrevendo-se na tradição romântica.

Em torno do amor e de suas formas várias, gravitam temas como o valor do dinheiro, as diferenças de classe social e o charlatanismo. As personagens, inesquecíveis, ganham vida por meio da música cintilante, ao mesmo tempo lírica e espirituosa, que Donizetti compôs para esse encantador melodramma giocoso.

CARMEN
FICHA TÉCNICA
Direção cênica e concepção: Carlos Rodriguez
Direção musical: Sérgio Sisto
Cenários: Yara Balboni
Iluminação: Veridiana Mendes
Piano: Patrick Menuzzi
Coreografia: Andressa Dessana

Carmen: Camila Umpiérrez
Don Jose: Maicon Cassânego
Micaela: Elisa Lopes
Escamillo: Roger Nunes
Zuniga: Fernando Wielewicki
Dancaïre: Vinícius Braga
Remendado: Oséas Duarte
Frasquita: Izabella Domingos
Mercedes: Jou Bennemann

Coro: Cecília Salatti, Paula Schwartz, Gabriela Jucá, Gaia Schenini, Cristiano Mariotti, Bruno Mezzomo, João Ferreira Filho

Apoio: Fundação Theatro São Pedro, OSPA, Associação de Amigos Theatro São Pedro


Fonte: Roberta Amaral | Jornalista